domingo, 2 de janeiro de 2011

Verão: confira onde se banhar sem riscos em Niterói


Por: Wilson Mendes 02/01/2011

Segundo avaliação do Inea, as praias mais limpas são Piratininga, Sossego e Itacoatiara. A orla de Itaipu é a única da Região Oceânica que chega a ser considerada imprópria para banho

Altas temperaturas e férias escolares são ingredientes capazes de lotar as praias da cidade. Opções não faltam e, do Gragoatá a Itacoatiara, são 14,5 quilômetros de orla, mas é importante ter cuidado com a qualidade da água. De toda a extensão, 3,3 quilômetros ficam a maior parte do ano impróprios ou com restrições ao banho.
A  poluição, da água e da areia, costuma ser a maior reclamação dos frequentadores das praias niteroienses. Avaliação semanal do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) revela que as melhores opções para quem busca um banho tranquilo são as praias da Região Oceânica.

“As praias ditas oceânicas possuem uma maior circulação de água. Um outro fator é a presença de áreas urbanizadas. As cidades crescem em torno das águas mais calmas, como as baías, e junto com elas, o esgoto. É dele que saem os coliformes fecais. É a quantidade dessas bactérias na água que medimos quando analisamos as condições de balneabilidade”, explica o professor Júlio César Wasserman, do Departamento de Geoquímica da Universidade Federal Fluminense (UFF).
As praias mais limpas são, de acordo com os resultados das análises do Inea, Piratininga, Sossego e Itacoatiara, seguidas por Camboinhas. Itaipu é a única das praias da Região Oceânica que chega a ser considerada imprópria ao banho em algumas análises.

“Morei durante muito tempo em Piratininga e acabo voltando para cá toda semana. A praia está sempre em condições de banho e é calma”, relata o bancário Eduardo José dos Santos, de 57 anos.

A dona de casa Regina Borges, de 61, moradora da Ilha do Governador, escolheu a praia para começar 2011.
“É linda. Conheci vindo à casa do meu irmão e agora sempre volto. Me lembra muito algumas praias de Búzios, com a diferença de que é bem mais perto de casa”, comenta.

Quem prefere as águas calmas da Baía de Guanabara também encontra espaço, principalmente nas praias de Icaraí e das Flechas, as mais limpas da orla da baía.

“As pessoas ainda tomam banho. Alguns, com receio, evitam mergulhar a cabeça na água, mas muita gente se banha. É uma praia de mar calmo e deveria ser mais utilizada pela população, mas é claro que em época de chuva não é bom entrar na água”, alerta o advogado Renan Torres Fernandes, de 24.


Condição da areia é ponto fraco, diz banhista
A empresária Renata Faes, de 33 anos, é moradora no Rio de Janeiro, mas costuma buscar nas areias de Niterói o descanso nos dias de sol.
“Acho as praias daqui muito bonitas e limpas e acabo vindo para cá quando quero mergulhar ou tomar sol. Geralmente a água está boa, só evito o mergulho quando chove. Hoje vim tomar banho e reparei que a água está com uma coloração diferente, então não entrei”, disse, na praia de Itaipu,  num dia chuvoso.


Para ela, um dos pontos fracos das praias da cidade é a condição da areia.
“São copos, pacotes de biscoito, cães na areia e até pombos, principalmente aqui. Em outras praias a faixa de areia é mais bem cuidada”, completou.
Em 2010, a praia foi qualificada como ruim para o banho por quase cinco meses. Se o problema existe na Região Oceânica, na Baía de Guanabara ele se agrava.

“Charitas está abandonada. É uma praia apenas para calçadão. Só dá para admirar a vista. Moro bem perto da praia, entre São Francisco e Charitas, mas quando quero tomar banho, recorro às oceânicas”, relata Wanderley de Souza, de 67.
Outro morador também lamenta o atual estado da costa da Zona Sul.
“Em 1965 eu pegava camarão. Hoje é raro quando posso entrar em São Francisco. É muito lixo que vem dos canais”, desabafa Jader Peixoto.
Durante todo o ano de 2010, as praias não foram uma única vez recomendadas ao banho pelo Inea. 

O banho em águas contaminadas guarda grande risco para a saúde. Segundo o professor Wasserman, é possível que um banhista contraia infecções diversas e intestinais, hepatite e até mesmo verminoses em praias contaminadas por esgoto.
As recomendações do Inea para um banho seguro são: evitar o banho de mar pelo menos até 24 horas depois de chuvas; evitar praias que tenham rios, canais e córregos afluentes desembocando; e evitar o banho sempre que observar sinais de poluição, como a presença de línguas negras.

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