- A expiação
O termo "expiação" refere-se ao ato de cobrir os pecados que foram realizados pela morte de Jesus na cruz. Se você ainda não leu sobre o terrível sofrimento e morte de Jesus na cruz, por favor leia e faça em qualquer uma das passagens do evangelho ou em vários (Mt 27.27-52; Lc 15.16-39; Lc 23.2648; Jo 19.16-37). Deus estava preparando a humanidade para entender a expiação por meio dos vários sacrifícios que ele ordenara ao povo judaico durante a era mosaica (Rom. 15.4; 1 Cor. 10.6). Por exemplo, quando a morte ia levar o filho mais velho de cada família no Egito, o povo de Israel era ordenado a sacrificar um cordeiro perfeito. Eles deviam colocar o sangue do cordeiro ao redor da sua porta. As casas que tinham sangue na porta estavam protegidas da morte. Deus estava mostrando-nos num modo simbólico o que revelaria muito depois. Podemos escapar da morte eterna por meio do sangue de Jesus.
Outra lição do Velho Testamento da expiação vem por meio do Dia da Expiação dos judeus. Os judeus usaram duas cabras. Uma seria sacrificada e o sangue seria aspergido no templo. O sumo sacerdote colocaria suas mãos na outra cabra, às vezes chamada de bode expiatório. Ele confessaria os pecados do povo, simbolicamente transferindo os pecados deles para a cabra inocente. Aquela cabra seria solta então e levada ao deserto. As pessoas entenderiam então que o seu pecado tinha sido removido. O sangue derramado junto com a morte era a forma de purificar-se dos pecados.
"De fato, segundo a Lei, quase todas as coisas são purificadas com sangue, e sem o derramamento de sangue não há perdão" (Heb. 9.22). Cristo é nosso sacrifício de expiação e é nosso bode expiatório que assume nossos pecados e os leva embora: "Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, a fim de que morrêssemos para os pecados e vivêssemos para a justiça; por suas feridas vocês foram curados" (1 Pedro 2.24)
Os sacrifícios do Velho Testamento, principalmente de animais, não eram para ser uma solução completa ao problema do pecado humano. Eles eram somente temporários, enquanto Deus estava se preparando para enviar seu Filho ao mundo (Gal. 3.23-25; 4.4). Eles foram designados para ensinar obediência à humanidade e confiança nas promessas de Deus. Eles ensinam o conceito de sacrifício de uma vida entregue para expiar pelos outros. O autor de Hebreus nos informar que "é impossível que o sangue de touros e bodes tire pecados" (Heb. 10.4). Mas o sangue de Jesus é o sacrifício de sua vida inocente na cruz para poderia tirar nossos pecados. Quando João Batista viu Jesus, ele declarou: "Este é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo"! (Jo 1.29). Ao invés de oferecer como sacrifício um animal para os pecados do mundo, Jesus se ofereceu: "Se assim fosse Jesus precisaria sofrer muitas vezes, desde o começo do mundo, mas agora ele apareceu uma vez por todas no fim dos tempos para aniquilar o pecado mediante o sacrifício de si mesmo." (Heb. 9.26).
Outra grande lição da expiação do Velho Testamento se encontra em Isaías 52.13-53.12, comumente conhecido como uma das passagens do Servo Sofredor. Essa passagem é aplicada a Jesus no Novo Testamento (Atos 8.32-35). Em Isaías 53, alguém que era o servo de Deus era inocente da mesma maneira que Jesus era sem pecado (Isa. 53.7-9). O sofrimento desse servo era bastante completo, assim como era o sofrimento de Jesus (Isa. 53.5, 8-12). O sofrimento desse servo não era acidental, mas foi planejado por Deus, assim como foi o sofrimento de Jesus (Isa. 53.6,10; Atos 2.23; Pedro 1.20). O sofrimento deste servo, como era o sofrimento de Jesus (Isa. 53.4t, 12; 2 Cor. 5.21). Finalmente, o sofrimento desse servo foi vitorioso, como, novamente, era o sofrimento de Jesus (Isa. 53.11-12; Rom. 8.37; 1 Cor. 15.54-57). Na morte de Cristo nós ganhamos vitória sobre os pecados, a morte e o diabo (Heb. 2.14; Col. 2.14-15).
Jesus predisse sua morte nas palavras: "Isto é o meu sangue da aliança, que é derramado em favor de muitos, para perdão de pecados " (Mt 26.28). Paulo disse que a morte de Jesus era "um sacrifício pelo sangue" dele (Rom. 3.25). Pedro conta aos cristãos que eles tinham sido resgatados, quer dizer, comprados da escravidão dos pecados, "mas pelo sangue precioso de Cristo, como de um cordeiro sem mancha e sem defeito" (1 Pedro 1:19). É pelo sangue de Jesus que ele "Tu és digno de receber o rolo e de abrir os seus selos, pois foste morto, e com sangue compraste para Deus homens de toda tribo, língua, povo e nação." (Apocalipse 5.9; cf. Ef. 1.7; 5.25; Mc 10.45; Atos 20.28; 1 Cor. 6.19-20; 1 Jo 1.7).
A morte de Jesus foi para toda a humanidade. Algumas pessoas ensinaram incorretamente que Jesus morreu somente para aqueles escolhidos por Deus para serem salvos. Dizem que a expiação é limitada, mas a Bíblia diz que Jesus morreu pelo mundo inteiro (Jo 1.29; 3.16-17; 4.42; 2 Cor. 5.19; 1 Jo 2.2; 4.14). Ele morreu por "todos" (2 Cor. 5.14; 1 Tim. 2.6; Heb. 2.9; Tt. 2.11), até mesmo para pecadores (1 Tim. 1.15; Rom. 5.6-8) e para aqueles uma vez salvos mas agora perdidos (2 Pedro 2.1). Isso é pertinente ao caráter de Deus que quis salvar a todos (2 Pedro 3.9; 1 Tim. 2.4). Embora Jesus morresse por toda a humanidade, nem todos serão salvos. A expiação está disponível a todos, mas só alguns acreditarão e serão salvos (1 Tim. 4.10).
O meio básico pela qual a morte de Jesus serve para expiar os nossos pecados é pela substituição. Jesus era sem pecado. Ele era perfeito, sem mácula nem ruga. Ele não mereceu sofrer e morrer. Embora ele não tenha merecesse a morte, ele tomou nosso lugar e assumiu nossos pecados. Ele morreu por nós em nosso lugar. Ele nos restabeleceu à plena comunhão com Deus, removendo a separação entre nós e Deus, que foi causada pelos pecados (Isa. 59.1-2). Como Pedro explicou: "Pois também Cristo sofreu pelos pecados uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus" (1 Pedro. 3.18). Paulo explica a expiação com detalhes:
"De fato, no devido tempo, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu pelos ímpios. Dificilmente haverá alguém que morra por um justo; pelo homem bom talvez alguém tenha coragem de morrer. Mas Deus demonstra seu amor por nós, pelo fato de Cristo ter morrido em nosso favor quando ainda éramos pecadores. Como agora fomos justificados por seu sangue, muito mais ainda seremos salvos da ira de Deus por meio dele. Se quando éramos inimigos de Deus fomos reconciliados com ele mediante a morte de seu Filho, quanto mais agora, tendo sido reconciliados, seremos salvos por sua vida (Rom. 5.6-10).
É por isso que Jesus Cristo é a única esperança de salvação para homens pecadores: "Não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu, não há nenhum outro nome dado ao homens pelo qual devemos ser salvos" (Atos 4.12). Ninguém pode se aproximar do Pai exceto por ele (Jo 14.6).
O salário do pecado é a morte (Rom. 6.23), mas Deus não exigiu a morte de algum ser humano inocente contra sua própria vontade. Deus não disse aos homens: "Sacrifiquem um bebê recém-nascido por seus pecados". Em vez disso, O Filho de Deus tornou-se um homem por meio da encarnação e o nascimento virginal de Cristo. O próprio Deus, na forma do Filho, viveu uma vida perfeita, sem pecado. O próprio Deus proveu o sacrifício pelos nossos pecados. O amor de Deus é demonstrado por meio da morte de Jesus na cruz (Jo 3.16; Rom. 5.8; Ef. 5.25). É por isso que os cristãos deram tanta ênfase na pregação da morte de Jesus na cruz (1 Cor.1.23; 2.2; 15.14; Gal. 6.14). Como cristãos nós somos gratos pelo grande dádiva de Deus ao dar-nos seu Filho. Somos tocados pelo amor de Deus, de forma que somos motivados e inspirados para viver vidas mais nobres (Mc 8.34-37; 1 Jo, 4.19; 2 Cor. 5.14-15; Jo 12.32; 15.13; Fp. 3.10; 1 Pedro 2.21; Fl. 2.5-8; Heb. 12.1-3). Como cristãos nós não nos gabamos de nós mesmos nem pensamos que somos algo especial. Nós nos gabamos e nos glorificamos nele por causa do que ele fez para nós (Gal. 6.14; 2 Cor. 4.5).
- A ressurreição de Cristo
Depois da morte de Jesus na cruz, ele foi sepultado num túmulo com uma pedra grande cobrindo a entrada. Foram colocados soldados como guardas fora do túmulo. Na manhã do primeiro dia da semana, porém, Jesus voltou à vida e saiu daquele túmulo (Mt 28.1-15; Mc 16.1-18; Lc 24.1-49; Jo 20.1-29; Gal. 1.1; Ef.1.20). Não confunda os ensinamentos da ressurreição de Jesus com a reencarnação ou a transmigração de almas. Nós não nascemos inúmeras vezes em vários corpos onde nós vivemos vidas diferentes. Só vivemos e morremos uma vez (Heb. 9.27). Depois disso seremos levantados da morte para ficar perante Deus em julgamento para aprender qual será o nosso destino eterno (Jo 5.29).
Há várias razões por que os cristãos acreditam que Jesus foi ressuscitado ou levantado para a vida. Seu túmulo estava vazio e o corpo não tinha sido roubado (Atos 2.29; Mt 2.13). Além disso, havia muitas testemunhas que viram Jesus vivo depois da ressurreição (Atos 2.32; Jo 20.27-28; 1 Cor. 15.4-7). A mudança notável que aconteceu na vidas de muitas pessoas é explicada melhor pela ressurreição de Cristo. É por causa da ressurreição de Cristo que muitos acreditaram enquanto outros ganharam a coragem de pregar (Jo 7.5; Atos 1.14; 4.13-21; 5.42). A conversão notável de Saulo de Tarso, depois conhecido como o apóstolo Paulo, é explicada melhor pela ressurreição de Jesus Cristo (1 Cor. 15.8-10; Atos 9.1-22; 22.1-16).
Nós devemos responder com fé à verdade da ressurreição de Jesus (Jo 20.27; Rom. 10.9-10). Deveríamos ser batizados em imitação da morte, sepultamento e ressurreição de nosso Senhor (Rom. 6.1-6; Col. 2.12; 1 Pedro 3.21). Deveríamos ser mantidos a desejar adorar a Cristo, como resultado de sua ressurreição, já que prova que ele é o Senhor (Mt 28.9, 17; Rom. 1.4; Jo 20.28). Devemos sentir grande alegria, porque sua ressurreição nos dá esperança (Mt 28.8; Jo 20.20; Rom. 6.9). Sua ressurreição é a prova vinda de Deus que seremos levantados da morte no fim do mundo (Rom. 8.29; 14.9; 1 Cor. 15.20, 23, 51-54; Ef. 2.6; Col. 1.18; 2 Tim. 1.10; Apocalipse. 1.5, 17-18).
Sem a ressurreição dele, estamos perdidos e tudo o que fazemos em seu nome é em vão (1 Cor. 15.14-19). Foi pela morte e ressurreição de Jesus que Deus nos proveu a salvação (Rom. 4.25; 1 Pedro 3.21). Se nós "conhecemos Cristo e o poder da ressurreição," então nós podemos "ressuscitar da morte" e um lar no céu (Fp. 3.10; cf. Jo 14.19; Rom. 8.11; 1 Cor. 6.14; 2 Cor. 4.14; 1 Tes. 4.14; 1 Pedro 1.3).
Como a igreja pregou muito sobre a cruz de Cristo, eles também pregaram muito sobre a ressurreição de Cristo (Atos 2.24, 31; 4.2, 10; 5.30; 13.30-33, 37; 26.22-23).
De fato, essa é uma parte integral da missão da igreja, isto é, pregar a ressurreição de Jesus dos mortos (Lc 24.48; Atos 1.8; 2.32; 3.15; 4.33; 5.32; 10.39-41; 13.47; 1 Cor. 11.26).
A ressurreição foi seguida pela ascensão de Jesus Cristo ao céu (Lc 24:50-53; Atos 1.6-11). A ascensão significou o fim das aparições de Jesus pós-ressurreição, e foi a ocasião de sua exaltação no céu por Deus Pai (Atos 2.32-36; 7.56; Col. 3.1-2; Heb. 1.3; 8.1). Depois de falar da morte de Jesus na cruz, Paulo contou desta exaltação de Cristo:
"Por isso Deus o exaltou a mais alta posição
e lhe deu o nome
que está acima de todo nome,
para que ao nome de Jesus
se dobre todo joelho,
no céu e na terra e debaixo da terra,
e toda língua confesse que
Jesus Cristo é o Senhor,
para a glória de Deus Pai" (Fl. 2.9-11).
Por causa de sua vida perfeita e a morte sacrificial, Deus levantou o Cristo do sepulcro e lhe deu toda a autoridade no céu e na terra (Mt 28.18). Cristo foi feito cabeça da igreja (Ef. 1.20-23; Col. 1.16-18; Atos 4.11; 1 Pedro 2.7; Mc 12.10). "Deus o exaltou, colocando-o à sua direita como Príncipe Salvador" (Atos 5.31). Isto significa que Jesus está vivo, em posição de autoridade suprema, e é capaz de interceder por nós no céu (Rom. 8.34; Heb. 1.3; 7.25; 8.11, 34; 1 Jo 2.1). Cristo se tornou nada menos que o Rei dos reis e o Senhor dos senhores (Lc 1.32-33; Apocalipse. 17.14; 19.16). Ao considerarmos a posição de Cristo no céu à mão direita de Deus, devemos obedecer a Deus e fixar nossas mentes em coisas espirituais em vez de coisas mundanas (Col. 3.1-2).
- Salvação pela graça
Sendo que merecemos a morte e castigo para nossos pecados, a salvação tem que ser pela graça de Deus. Graça normalmente é definida como "favor não merecido". Talvez a maior história que ilustra a graça é a história do filho pródigo (Lc 15.11-32). Este filho tinha levado a sua herança e deixado a casa. Ele desperdiçou o dinheiro vivendo em pecado. Quando estava sem dinheiro e faminto, ele decidiu ir para casa e possivelmente arrumar um trabalho como servo de seu pai. Ele não merecia ser tratado bem pelo pai, mas o pai lhe deu boas vindas e o tratou mais uma vez como seu filho.
É impossível ganharmos ou merecermos a nossa salvação. Nós não podemos pagar pelos nossos pecados; não podemos colocar Deus em uma posição onde ele fique em débito conosco. Podemos trabalhar para Deus e podemos fazer boas ações, mas já temos por obrigação fazer o bem, então não há nenhum mérito especial nisto. Até mesmo se nós fossemos bons, seríamos iguais o servo em uma das parábolas de Jesus: "Nós fizemos o que nós deveríamos ter feito" (Lc 17.10). Isto é o que a Bíblia quer dizer quando dizemos que nós não podemos ser salvos por obras (Gal. 2.16). Se a salvação fosse através das obras, seria devido a nós, e já não poderia ser uma dádiva pela graça de Deus (Rom. 4.1-8). Como Paulo disse: "Assim, hoje também há um remanescente escolhido pela graça. E, se é pela graça, já não é mais pelas obras; se fosse, a graça já não seria graça." (Rom. 11.5-6; cf. 2 Tim. 1.9).
Para ser salvos devemos ser humildes. Se de alguma maneira pudéssemos nos salvar por nossos próprios esforços, nós não seríamos humildes, mas orgulhosos. Nós nos vangloriaríamos e gabaríamos do que fizemos para sermos salvos. É por isso que nós podemos ser salvos pela graça, para ninguém se vangloriar (Rom. 3.27; Ef. 2.8-9). O apóstolo Paulo é um bom exemplo de alguém que teve razão para se gabar das habilidades humanas e realizações (Cor. 11.1-12.13). Mas Paulo disse: "Pela graça de Deus eu sou o que sou" (1 Cor. 15.1). Sobre o que se gabou Paulo? Gabou-se do amor de Deus demonstrado em Jesus Cristo: "Quanto a mim, que eu jamais me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo" (Gal. 6.14). "Aquele que se glorie, glorie-se no Senhor" (1 Cor. 1.31; cf. 2 Cor. 10.17).
A salvação vem de Deus como um presente gratuito, sendo pela graça. Paulo disse que nós somos "justificados gratuitamente por tua graça, por meio da redenção que há em Jesus Cristo" (Rom. 3.24). "O salário do pecado é a morte, mas o Dom gratuito de Deus é vida eterna em Jesus Cristo nosso Senhor" (Rom. 6.23; cf. 2 Cor. 9.14-15; Apocalipse. 22.17). Se a salvação é gratuita e se isto é um presente, significa que nós não precisamos fazer nada para ser salvos? Claro que não é verdade, e no decorrer deste livro eu estarei compartilhando com você o que tem que fazer. Mas para o momento vamos ver porque temos que fazer algo para salvação embora seja um presente da graça de Deus.
Embora a salvação seja um presente, é necessário que a recebamos e a façamos efetiva em nossas vidas. Somos salvos pela graça, mas graça vinda "por fé" (Ef. 2.8). Como veremos adiante, nós também temos que nos arrepender e obedecer a Deus se queremos ser salvos. O que na verdade nos salva? Nossa fé? Ou a graça de Deus? Nossa obediência? Ou a graça de Deus? Uma ilustração simples pode explicar esta aparente contradição. Suponha que é meio-dia e você está com dois amigos em num quarto com uma janela. Você pergunta para seus dois amigos por que há luz no quarto. Um dos amigos diz: "Porque há uma janela". O outro amigo diz: "Há luz no quarto, porque o sol está brilhando lá fora". Qual amigo está correto? Ambos estão. O sol é atual fonte de luz, mas a janela é necessária para que a luz do sol possa entrar no quarto. O sol causa a luz, mas a luz passa "pela janela".
Nossa salvação é do mesmo modo. Da mesma maneira que o sol causa a luz, quem de fato nos salva é Deus, Cristo, o Espírito Santo, o sangue de Jesus e a graça de Deus. Mas Deus não forçará a salvação em ninguém. Nós temos que providenciar o ingrediente necessário pelo qual a graça de Deus entre em nossas vidas para nos salvar. Qual a janela pela qual a salvação de Deus alcança nossa alma? É a "fé" (Ef. 2.8; Rom. 5.1-2). É, como veremos o arrependimento. É a obediência. É também o batismo, o qual estudaremos brevemente com mais detalhes. Não ganhamos ou merecemos qualquer coisa quando somos batizados. Isto somente significa o meio pelo qual Deus nos salva. Como Paulo escreveu: "não por causa de atos de justiça por nós praticados, mas devido à sua misericórdia, ele nos salvou pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo (Tito 3.5; cf. Atos 2.38; 22.16; 1 Pedro. 3.21).
A salvação pela graça não é uma doutrina que pretende parar esforços de nossa parte para ser bons e para viver vidas santas. Nós não deveríamos ignorar a graça de Deus. Não devemos presumir que podemos pecar à vontade, e Deus perdoar-nos-á automaticamente (Rom. 6.1-2; 2 Pedro 2.17-22; Judas 4). Concluímos esta seção sobre a graça com a declaração clássica de Paulo sobre esta doutrina: "Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é o dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie" (Ef. 2.8-9).
- Fé
Sendo nós salvos "por fé" (Ef. 2:8; Rom. 1.16), é muito importante entender este conceito. Jesus disse: "Vocês morrerão em seus pecados a menos que vocês acreditem que sou eles" (Jo 8.24; cf. Atos 15.9). Temos que acreditar que Deus existe (Heb. 11.6). Temos que acreditar que Jesus é o Filho de Deus (1 Jo 5.1; Rom. 10.9-10). Somos prometidos que, se acreditarmos em Jesus, não pereceremos, mas teremos vida eterna (Jo 3.16,18, 36; 6.35; 11.26; 20.30-31; Atos 10.43; 16.31). Somos justificados pela fé (Rom. 3.24, 28; 5.1; Gal. 2.16; 3.24). Considerando que fé é tão crucial à salvação, o que é isto? Fé, ou convicção, começa com conhecimento. Começa através de um consentimento mental a certas verdades. Paulo perguntou:
"Como, pois, invocarão aquele a quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram falar? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Como são belos os pés dos que anunciam boas novas! No entanto, nem todos os israelitas aceitaram as boas novas. Pois Isaías diz: Senhor, quem creu em nossa mensagem? Consequentemente, a fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a palavra de Cristo." (Rom. 10.14-17).
A fé então começa ouvindo falar de Deus e Jesus Cristo e concordando com certas verdades a respeito deles. Mas o tipo de fé que salva é muito mais que isso. Isto é só o ponto de partida. Por exemplo, eu posso acreditar que uma certa mulher é uma médica, que ela foi treinada, e que o seu diagnóstico da minha enfermidade está correto. Eu posso acreditar que o medicamento que ela prescreveu curará minha enfermidade. Toda aquela convicção é em vão, porém, se eu não confiar no médico o bastante para tomar o remédio. Igualmente, uma fé que acredita somente que Deus existe, mas que nunca confia e obedece a Deus não é nenhuma. Como Tiago disse: "Até mesmo os demônios acreditam - e tremem" (Tg. 2.19). Demônios acreditam que Deus existe. Eles têm até medo do poder de Deus e eles tremem de medo, mas não obedecem Deus e portanto, não serão salvos.
O tipo de fé que salva é a fé que inclui confiança. A fé salvadora foi um compromisso e age no que crê ser verdade. Note como isto é exemplificado por muitos grandes heróis da Bíblia (Heb. 11.1-38). Se nossa fé é limitada ao consentimento mental, então é fé morta e não nos salvará (Tg. 2.14-26). Nossa fé deve ser ativa e trabalhadora (Gal. 5.6). Algumas pessoas lhe falarão que tudo que você tem que fazer para se tornar um Cristão é assinar uma pequena declaração em um livro que você acredita em Jesus como o Filho de Deus. Mas acreditar em Jesus ou ter fé nele significa muito mais que isso. Significa que você está mudando sua lealdade, suas prioridades e a direção de sua vida. Você tem que viver pela fé seguindo Jesus a cada dia e obedecendo-o. "Quem crê no Filho tem vida eterna; já quem rejeita o Filho não verá vida, mas a íra de Deus permanece sobre ele." (Jo 3.36).
- Arrependimento
O arrependimento foi uma parte chave da pregação de Jesus sobre o reino de Deus (Mt 3.2; 4.17; Mc 1.15; 6.12). Foi um elemento freqüente da pregação da primeira igreja (At 2.38; 3.19; 26.20). Antes de Jesus subir aos céus, ele disse que "seria pregado o arrependimento para perdão de pecados a todas as nações" (Lc 24.47). Porque o pecado é universal, o arrependimento precisa ser universal. Paulo disse que Deus "ordena que todos, em todo lugar, se arrependam" (At 17.30).
O arrependimento é importante porque é uma parte essencial do que temos que fazer para sermos salvos (At 2.38; 3.19; 11.18). É por isso que Deus quer que todos se arrependam e pacientemente ele nos dá muitas oportunidades para fazê-lo (2Pd 3.9). Quando um pecador se arrepende, há alegria no céu (Lc 15,7,10).
O que é o arrependimento? A palavra grega para arrependimento significa "mudança de mente, remorso, virada, conversão, o início de uma nova vida religiosa e moral" (BAGD 512). O arrependimento abrange a tristeza pelo pecado. Paulo disse: "A tristeza segundo Deus produz um arrependimento que leva à salvação e não produz remorso" (2Co 7.10), mas muitas pessoas se confundem nesse ponto.
Há tipos diferentes de tristeza. Muitas pessoas têm remorso por terem sido apanhadas no pecado. Algumas pessoas estão tristes por terem sido punidos pelo seu pecado. Se nossa tristeza não vai além disso, não temos nos arrependido. O arrependimento significa que estamos bastante tristes para ter uma mudança de atitude. Significa que estamos bastante tristes para fazer um compromisso e tentar fazer melhor (Mt 21.28-31). Mudamos a direção de nossa vida.
Note na Bíblia a freqüência com que as pessoas são incentivadas a agir de tal forma que outros possam saber que tenham se arrependido (Mt 3.8; Lc 3.8; At 26.20). O arrependimento é fácil de definir, mas não tão fácil de fazer. É o ponto no qual paramos de viver para nós mesmos e começamos a obedecer a Deus.
- Obediência
Se um rapaz diz ao pai que o ama, mas depois o desobedece, suas ações são inconsistentes com suas palavras de amor (Mt 21.28-31). A obediência a Cristo e a Deus não é opcional. Na última análise, a obediência é essencial se vamos amar a Deus ou a Cristo. Não há nenhuma outra maneira de mostrar que você ama a Deus, a não ser pela obediência: "Porque nisto consiste o amor a Deus: obedecer aos seus mandamentos" (1Jo 5.3; cf 1Jo 2.5; 2Jo 6). Jesus disse: "Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos" (Jo 14.15; cf Jo 15.10). Purificamos nossas almas pela obediência à verdade (1Pe 1.22). A salvação é para aqueles que são obedientes (He 5.9; At 10.34-35). O julgamento de Deus estará sobre aqueles que não obedecem ao evangelho de Jesus Cristo (2Ts 1.7-9).
Não é suficiente apenas dizer que você acredita e declarar que segue o Senhor. Jesus disse: "Nem todo aquele que me diz: 'Senhor, Senhor', entrará no Reino dos céus, mas apenas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus" (Mt 7.21). Contudo, se você achar que a obediência a Deus é uma tarefa difícil demais, não se desanime. A obediência é absolutamente essencial para nossa salvação, mas não é um obstáculo insuperável para o verdadeiro crente que ama ao Senhor. João nos diz que "os seus mandamentos não são pesadas" (1Jo 5.3). Quando você percebe o que Cristo fez por você, vindo ao mundo e morrendo na cruz, você vai querer obedecê-lo e pode fazê-lo com alegria.
- Livre arbítrio
A salvação é uma dávida gratuita, pela graça de Deus, mas ela é condicional. O evangelho é pregado, mas as pessoas têm que crer. O perdão é oferecido livremente, mas temos que nos arrepender. Deus é misericordioso, mas temos que ser obedientes. A salvação já foi paga pelo sacrifício expiador de Jesus Cristo, mas este é eficaz somente na vida daqueles que se rendem à vontade de Deus. Por toda a Bíblia, duas opções são dadas às pessoas, que são o caminho da vida e o caminho da morte (Dt 30.15; At 2.40). Estamos dados a escolha de qual caminho a seguir. Podemos seguir a Jesus ou podemos rejeitá-lo (Jo 14.6; Mt 11.28-30). Deus nos dá numerosos incentivos para fazer o que é correto. Em contraste, ele torna vazia a vida pecaminosa, a fim de nos motivar a arrepender-nos, mas Deus não nos força a fazer o bem ou mal.
O fato que somos ordenados a crer, arrepender-nos e obedecer implica em que temos um livre arbítrio. Algumas pessoas ensinam erradamente que a humanidade não tem livre arbítrio e que todas as pessoas são predestinadas a ou obedecer a Deus ou viver em rebelião pecaminosa. Algumas pessoas ensinam erradamente que Deus já predestinou cada epssoa ou a ser salva ou a ser perdida e que nós não temos nenhuma escolha para decidir nosso destino. Mas se Deus vai nos responsabilizar pelos nossos pecados, ele fará isso porque temos escolhido livremente a desobedecê-lo. A Bíblia ensina que podemos escolher entre o bem e o mal (Tg 4.17; Jo 7.17; At 13.46). Deus nos chama a uma vida de obediência, a qual resulta em salvação (1Ts 2.12; 1Tm 6.12; He 9.15; 1Pe 2.9). E este chamado ou apelo é oferecido por meio da pregação do evangelho (2Ts 2.14). Escolhemos responder ao seu chamado pelo arrependimento, que é uma mudança de coração, vontade e coração.
Deus não predeterminou se iremos crer ou arrepender-nos. A Bíblia revela, sim, que Deus tomou certas decisões mesmo antes de criar o mundo. Deus decidiu que Cristo viria para o mundo para nos salvar do pecado (At 2.23; 1Pe 1.18-20). A Bíblia até fala da predestinação, mas essa não envolve a escolha de uma pessoa para ser salva e outra para ser perdida. Não é uma predestinação individual, mas uma predestinação geral de certas classes ou tipos de indivíduos. Deus predestinou que aqueles que crêem em Cristo e vivem um certo tipo de vida serão salvos (Rm 8.28-30; Ef 1.4-5, 11; 2Ts 2.13; 1Pe 1.2-3).
Compare a doutrina da predestinação com uma professora de escola. Se a professora fosse decidir quais alunos iriam passar na prova e quais iriam ser reprovados, sem lhes dar uma chance de estudar e fazer a prova, ela seria injusta. Se, porém, a professora decidiu que todos os alunos que tiram nota 7 a 10 iriam passar e todos os que tiram nota abaixo de 7 iriam ser reprovados, ela seria justa.
Deus decidiu antemão que todos os que crêem em Cristo e vivem uma vida santa serão salvos. Aqueles que rejeitam Cristo e vivem uma vida de rebelião pecaminosa serão perdidos. Deus deixou para nosso livre arbítrio a escolha de qual tipo de vida que queremos viver.
- O batismo
O batismo é muito importante porque marca o ponto em que a pessoa é iniciada na igreja. "Batismo" advém da palavra grega "baptizma" e o verbo "batizar-se" vem de "baptizo". O batismo deve ser realizado submergindo ou imergindo uma pessoa completamente em baixo da água. A palavra grega para "batizar" significa "mergulhar, imergir" (BAGD, 131). Estas palavras gregas não significam "aspergir" nem "derramar".
Mesmo sem saber o significado das palavras gregas, pode-se saber que o batismo deve ser realizado submergindo ou mergulhando a pessoa na água. O batismo simboliza que uma pessoa está morrendo para o modo antigo da vida pelo arrependimento do pecado. Ao ser sepultado na água do batismo, o modo antigo é deixado para trás. Ao sair da água do batismo, levanta-se para um novo modo de vida. Deve-se agora seguir a Cristo como um cristãos e viver em piedade e santidade (Rm 6.3-6; Cl 2.12).
Sabemos que o batismo era imersão na água no primeiro século, porque as pessoas iam a certos locais onde havia um fornecimento copioso de água (Jo 3.23; Mc 1.4-5; At 8.36). Se o batismo fosse aspersão, quem o administrava poderia ter carregado uma bolsa d'água. Não teria sido necessário levar o candidato para o batismo a um local onde havia muita água.
Algumas pessoas pergunta: "Mas que diferença faz um pouco d'água?" A questão não é a quantidade d'água. A questão é que devemos obedecer a Deus que nos ordenou a sermos imergidos. Além disso, a imersão é consistente com o simbolismo que estamos morrendo para nosso modo antigo de viver, sendo sepultados e ressurgidos para viver uma nova vida.
Quem deve ser batizado? O batismo é para aqueles que crêem e se arrependem (Mc 16.16; At 2.38). O batismo é para aqueles que estão tomando a decisão de se tornar cristãos e seguir Jesus. Bebês não têm a idade para entender essas coisas. O batismo de um bebê, como fazem muitas igrejas erroneamente, pode ser uma cerimônia sentimental criada pela tradição humana, mas não é ordenado por Jesus nem pelos apóstolos. Um bebê não precisa ser batizado. Não tem pecado e é portanto inocente perante Deus (Mt 18.2-5; 19.13-15; 1Co 14.20; Dt 1.39). Bebês que morrem irão para o céu.
Algumas pessoas crêem que Efésios 2.3 e Salmo 51.5 provem que crianças são pecaminosas ao nascer e têm que ser batizadas para livrar-se da culpa do pecado original herdado por Adão. Porém, quando Paulo escreveu que os cristãos efésios eram "por natureza filhos da ira" (Ef 2.3), que não estava falando do período quando eram crianças ou bebês. A frase "filhos de" simplesmente significa que alguém possui uma determinada qualidade (Mc 3.17; Jo 12.36; At 4.36; 1Ts 5.5; Ef 2.2; 5.6,8). Paulo estava falando dos cristãos efésios depois que se tornaram adultos. Eles seguiram o pecado. Portanto, estavam sob a ira de Deus. A frase "por natureza" não significa "por nascimento" (Gl 2.15; Rm 11.21,24). Significa, sim, uma condição adquirida que se torna natural ou uma "segunda natureza" (1Co 11.14; Rm 2.14). Os efésios tinham adotado uma vida pecaminosa. A vida maligna tinha se tornado natural para eles. Foi algo que tinham escolhdo pelo seu livre arbítrio. Ademais, Salmo 51.5 apenas ensina que Davi foi muito sensível ao pecado a partir de uma idade tenra, ao vir para um mundo pecaminoso (cf Is 48.8; 1Sm 20.30).
Um dos principais motivos que adultos são batizados é para receber o perdão dos seus pecados. Um bebê não precisa disso. O ato do batismo, por si só, não tem nenhuma capacidade de salvar. O que importa é o espírito de confiança e obediência no coração do batizando (1Pe 3.21). O batismo de um bebê, que não nem nenhuma idéia do que está ocorrendo, é inútil. Causará confusão mais tarde quando cresce. O batismo, portanto, é para aqueles com bastante idade para crer, confessar sua fé em Cristo, arrepender-se do pecado e ser capazes de tomar uma decisão de seguir a Cristo (At 8.12,36; 16.33; 18.8).
Por que uma pessoa deve ser batizada? Devemos ser batizados para obedecer a Deus e a Cristo (Mt 28.18-19), para receber o perdão dos nossos pecados (At 2.38), para ter nossos pecados lavados (At 22.16; He 10.22), para receber a habitação do Espírito Santo (At 2.38; 5.32; Rm 8.15; 2Co 1.22; 5.5; Gl 4.6; Ef 1.13-14), para ser salvos (Mc 16.15-16; 1Pe 3.21), para ser unidos com Cristo (Rm 6.3-6), para vestir-nos de Cristo (Gl 3.26-27), para tornarmos membros do corpo de Cristo, a igreja (Ef 1.22-23; At 2.41,47), para tornarmos santos (Ef 5.25-27), e para nascer de novo e sermos renovados pelo Espírito Santo (Jo 3.5; Tt 3.5).
O ato do batismo em si, separado da fé e do arrependimento, não nos salva. Não podemos ser salvos pelo nosso próprio mérito. Ritos não purificam a alma (1Pe 3.21). O batismo é eficaz porque colocamos a nossa fé em ação, confiamos em Deus e invocamos o seu nome (At 22.16; Rm 10-13). Pedimos a Deus por uma boa consciência (1Pe 3.21).
Da parte de Deus, o batismo é eficaz porque ele nos concede os benefícios do sacrifício do sangue de Jesus a esta altura (Rm 6.3-6). Recebemos no momento do batismo a esperança da ressurreição para a vida baseada na ressurreição de Jesus (1Pe 3.21). Pela história, o batismo tem sido reconhecido por cristãos fiéis como a linha divisória que separa cristãos dos não-cristãos, membros do corpo de Cristo dos que não são e os salvos dos perdidos.
Antes de ser batizado, você pode ter uma medida de fé em Cristo e ser um seguidor dele até certo ponto, mas você ainda não se uniu com ele (Rm 6.3-6; Gl 3.27). O batismo é semelhante a uma cerimônia de casamento. Nele, você confessa sua fé em Cristo e afirma sua lealdade a ele (1Tm 6.12-13; 1Jo 4.2-3,15; Mt 10.32-33; Lc 12.8-9; Rm 10.9-10). Antes do batismo, você ainda está fora de Cristo e não há nenhuma esperança fora dele ou separado dele (Ef 2.12).
Em Cristo, porém, você tem "toda bênção espiritual" (Ef 1.3), a salvação (2Tm 2.10) e perdão dos pecados (Ef 1.7; Cl 1.4). O batismo é o momento quando Deus o transfere do estado fora de Cristo para estar dentro de Cristo. É o momento de entrada para dentro de Cristo (Rm 6.3; Gl 3.27).
O batismo é para aqueles que crêem em Cristo (Mc 16.16), que se arrependem dos seus pecados (At 2.38) e que se comprometem a viver como cristãos (1Pe 3.21). Se você crê em Jesus Cristo como o Filho de Deus, você deve receber o batismo para se tornar um cristão e fazer parte da sua igreja. Como se faz isso? Você deve procurar uma pessoa que aceite fazer o seu batismo. Se se pede que você aceite algum credo além da Bíblia, deve sair e procurar outra pessoa para batizá-lo. Se alguém lhe diz que o batismo é apenas uma cerimônia simbólica e que nada tem a ver com a salvação, não acredite nele. Volte à sua Bíblia e creia nela (At 2.38; 22.16; Mc 16.16; 1Pe 3.21).
A Bíblia não nos informa de como fazer exatamente um batismo nem quais palavras devem ser usadas, mas a seguinte abordagem seria apropriada, reverente e agradável a Deus. Poderia começar oferecendo uma oração, confessando a Deus que é pecador, pedindo-lhe a aceitar você como cristão, confessando que crê em Jesus e se comprometendo a seguir a verdade por toda a vida. Você e a pessoa que irá batizá-lo podem entrar na água do mar, de um rio, uma piscina ou uma pequena lagoa.
A pessoa administrando o batismo pode dizer algumas palavras como estas: "Pela sua confissão de fé em Jesus como o Filho de Deus, eu o batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28.19; At 2.38). Quem administra o batismo pode depois inclinar seu corpo para frente ou para trás, até que seu corpo inteiro fique submergido na água momentaneamente. Ao sair você da água, seria um momento apropriado para orar novamente a Deus. Você poderia agradecer-lhe o envio de Jesus como seu Salvador e o perdão de seus pecados e pedir-lhe que o ajude a crescer e se amadurecer como cristão.
Uma vez batizado, você é um filho recém-nascido de Deus (1Pe 2.2). O Espírito Santo veio para seu coração para santificá-lo, isto é, para fazê-lo santo (1Co 6.11; Ef 5.25-27; 1Co 3.16-17; 6.19-20). Você agora faz parte da igreja pela qual Cristo morreu (Mt 16.18; At 20.28). Seu nome foi registrado no livro da vida, isto é, o livro de reservas para um lar no céu (Ap 20.15). Seus pecados foram lavados (At 22.16).
Isto não quer dizer que você nunca mais fará outro erro (Rm 7.15-25). A tentação ainda virá. Mas agora que é um cristão, não precisa ser batizado cada vez que comete pecado. Quando você peca, deve se arrepender e orar a Deus, para que ele o perdoe daquele pecado (1Jo 1.6-10). Você também precisa encontrar uma igreja fiel à Bíblia, para que possa adorar a Deus com outros cristãos e ser encorajado por eles. Agora que é um cristão, você deve agir como cristão, assunto das próximas seções.
O batismo é somente para aqueles que crêem em Cristo (Mc 16.16), que se arrependem de seus pecados (At 2.38) e que assumem o compromisso de viver como cristão (1Pe 3.21). Se você crê em Jesus Cristo como o Filho de Deus, você deve, então, receber o batismo para se tornar um cristão e um membro da sua igreja.
Como se faz isso? Procure alguém para fazer o batismo por imersão e peça-o para batizar você, de preferência quem crê nessas verdades que estamos discutindo. Se a pessoa pede que você concorde com algum credo além da Bíblia, saia e procure em outro lugar. Se um pregador ou outra pessoa tentar dizer-lhe que o batismo é apenas uma cerimônia simbólica sem nada a ver com a salvação, não acredite nele. Estudo sua Bíblia e creia nela (Atos 2.38; 22.16; Mc 16.16; 1Pe 3.21). Se não consegue encontrar ninguém para batizá-lo conforme a verdade, poderia pedir um amigo ou parente para fazê-lo.
A Bíblia não nos instrui exatamente como fazer um batismo nem quais palavras a dizer, mas a seguinte maneira seria apropriada, reverente e agradável a Deus. Poderia começar com uma oração, confessando que é pecador, pedindo Deus para aceitá-lo como cristão, confessando que crê em Jesus e declarando seu compromisso de seguir a verdade por toda a sua vida. Você e a pessoa que irá batizá-lo podem entrar na água dum rio, piscina, lago ou mar. Se não tiver água natural por perto, pode encher uma banheira grande ou tanque de água.
A pessoa administrando o batismo poderia dizer algumas palavras como essas: "Por causa de sua confissão de Cristo como Filho de Deus, batizo-o em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo para remissão dos seus pecados" (Mt 28.19; At 2.38). O administrador do batismo pode então colocá-lo na água, para trás ou para frente ou diretamente para baixo, até que todo o seu corpo seja submerso na água momentaneamente. Ao sair da água, seria um momento apropriado orar novamente a Deus. Poderia agradecer-lhe por ter enviado Jesus como seu Salvador, por tirar os seus pecados e pedir-lhe que o ajude a crescer e amadurecer como cristão.
Uma vez batizado, você é um filho recém-nascido de Deus (1Pe 2.2). O Espírito Santo entrou no seu coração para santificá-lo, isto é, para fazê-lo santo (1Co 6.11; Ef 5.25-27; 1Co 3.16-17; 6.19-20). Você agora foi acrescentado à igreja pela qual Jesus morreu (Mt 16.18; At 20.28). Seu nome foi colocado no livro da vida, isto é, o livro de reservas para um lar no céu (Ap 20.15). Seus pecados foram lavados (At 22.16).
Isto não quer dizer que nunca mais cometerá outro erro (Rm 7.15-25). A tentação ainda virá a você. Mas agora que você é um cristão, você não precisa ser batizado cada vez que comete pecado. Quando você peca, deve se arrepender e orar a Deus para que ele o perdoe daquele pecado (1Jo 1.6-10). Também, você deve encontrar (ou iniciar) uma congregação de Jesus, para que possa adorar a Deus com outros cristãos e ser encorajado por eles.
Agora que você é cristão, você deve agir como cristão. Este é nosso assunto nas próximas partes.
- A vida em Cristo
Uma vez que você se torna cristão, deve continuar a viver de forma que agrada ao Senhor. Se você abandonar a Cristo e começar novamente a viver de modo ímpio, pode perder sua salvação. Algumas pessoas ensinam erradamente que uma vez que você é salvo, sempre estará salvo, não importa o que faz no futuro. Este ensino é contrário ao que está escrito na Bíblia, porém (1Co 9.24; 10.5-12; Gl 5.1-4; 1Tm 4.1, 16; 2Tm 4.10; He 3.12; 6.4-8; Tg 5.19-20; 2Pe 2.20-22; Ap 2.4-5; Lc 8;11-15; Jo 15.1-14).
Se não pudéssemos perder a nossa salvação depois de recebê-la, haveria menos motivação para viver uma vida piedosa. A graça de Deus apareceu não apenas para nos salvar, mas também para mudar nossas vidas para melhor. Como escreveu Paulo: "Porque a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver de maneira sensata, justa e piedosa nesta era presente" (Tt 2.11-12).
Então, depois de se tornar cristão, como se deve viver. Muitas vezes no primeiro século os próprios cristãos diziam pertencer a "O Caminho" (At 9.2; 19.9, 23; 22.4; 24.14, 22). A palavra caminho simplesmente significa uma estrada, mas metaforicamente significa "um modo de vida, maneira de agir, conduta" (BAGD, 553-555). Jesus disse que ele era "o caminho" (Jo 14.6), isto é, o meio pelo qual podemos chegar ao céu. Seguimos "o caminho" imitando Jesus em nossas vidas. Freqüentemente no ensino cristão dos primeiros tempos dois caminhos foram descritos. Há um caminho que devemos viver e há um caminho que não devemos viver. Há a maneira certa e a maneira errada, o caminho da virtude e o caminho do mal; o caminho que leva à vida e o caminho que leva à morte; o caminho do Espírito e o caminho da carne. A vida cristã é "o caminho da justiça" (2Pe 2.21; ver Mt 7.13-14; Lc 13.23-24).
Se a vida cristã é um "caminho", como uma estrada, então, viver a vida cristã é como "andar" naquela estrada. A Bíblia usa freqüentemente o termo "andar" para descrever a vida cristã (BAGD, 649). O apóstolo João a resumiu bem: "Desta forma sabemos que estamos nele: aquele que afirma que permanece nele, deve andar como ele andou" (1 João 2.6).
Do lado negativo, não devemos andar conforme a carne, no pecado ou nas trevas (Rm 8.4; Ef 2.1-2; 4.17; Cl 3.5-7; 2Ts 3.6, 11; 1Jo 1.6; 2.11). Do lado positivo, devemos andar segundo o Espírito, na luz ou na verdade (Rm 8.4; 2Co 5.7; Gl 5.16; Ef. 2.10; 4.1; 5.2, 8, 15; Cl 1.10; 2.6; 4.5; 1Ts 2.12; 1Jo 1.7; 2Jo 4, 6; 3Jo 3, 4).
Um termo semelhante é a palavra para "estilo de vida, conduta, comportamento" (BAGD, 61). Cristãos devem abandonar suas vidas pecaminosas anteriores (Ef 4.22) e viver uma vida piedosa em Cristo Jesus (1Tm 4.12; Tg 3.13; 1Pe 1.15; 2.12; 3.1-2, 16; 2Pe 3.11). Paulo instrui a igreja em Éfeso: "Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinado a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos" (Ef 4.22; ver Cl 3.10). É claro que há um estilo de vida específico que você deve seguir como cristão.
Como podemos definir o modo cristão de vida? O padrão não é um conjunto de regras como os dez mandamentos do Velho Testamento. As regras devem nos apontar uma autoridade maior a qual as dá validade. Ao mesmo tempo que existem muitas instruções específicas de como devemos ou não devemos agir como cristãos, o padrão verdadeiro é o próprio Deus.
Alguns comportamentos são bons por que são consistentes com a maneira que Deus age. Outros comportamentos são maus porque Deus não agiria desta forma. Paulo disse que nossa "nova pessoa" como cristão deve ser "semelhante a Deus" ou "à imagem do seu Criador" (Ef 4.24; Cl 3.10). Ele nos exorta a ser "imitadores de Deus" (Ef 5.1).
Jesus também disse que Deus é o padrão para nossas vidas: "Sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês" (Mt 5.48). "Sejam misericordiosos, assim como o Pai de vocês é misericordioso" (Lc 6.36).
Pedro declarou: "Mas assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, pois está escrito: 'Sejam santos, porque eu sou santo'" (1Pe 1.15-16).
Cristo é também um exemplo perfeito para nós (Fp 2.5; 1Pe 2.21-24; 1Co 11.1). Como o próprio Deus é o padrão, nosso alvo de imitá-lo também é altivo. Mesmo nunca podendo fazê-lo perfeitamente, viveremos melhor tentando ser tão perfeitos e santos como Deus. O exemplo de Deus deve nos encorajar grandemente para fazer progresso espiritual e moral na santidade e, por ser a perfeição impossível pelo esforço humano, para depender cada vez mais da graça e amor sustentador do Senhor.
Uma palavra grega interessante no Novo Testamento é geralmente traduzida "digno". Ela significa "correspondente" ou "comparável" (BAGD, 78). Em vários versículos no Novo Testamento somos exortados a viver uma vida "digna" de alguma coisa. Isto significa que nossas vidas devem se corresponder àquela coisa, devem se comparar ou ser iguais a ela.
Devemos viver "dignos do evangelho de Cristo" (Fp 1.27), "dignos de Deus" 1Ts 2.12) e "dignos do Senhor, agradando-lhe em tudo" (Cl 1.10). Cristãos devem viver "de maneira digna da vocação que receberam" (Ef 4.1).
Qual é nossa vocação? "Deus não nos chamou para a impureza, mas para a santidade" (1Ts 4.7; ver 1Tm 4.9; Ef 1.4). Ele nos chamou "das trevas para sua maravilhosa luz" (1Pe 2.9). Deus nos chama "filhos de Deus" (1Jo 3.1). Deus nos chamou para sermos santos" (Rm 1.7; 1Co 1.2). Santos não são algumas poucas pessoas muito boas as quais o Papa tem canonizado. Todo cristão é um santo. A palavra "santo" significa "santo, puro, separado por/para Deus". Somos santificados, isto é, feitos santos, no batismo (1Co 6.11; Ef 5.25-27). Deus nos chamou para sermos santos e devemos agir como santos.
O coração da vida cristão é o amor (1Co 13.1-3,13). Paulo escreveu: "Não devam nada a ninguém, a não ser o amor de uns pelos outros, pois aquele que ama a seu próximo tem cumprido a lei" (Rm 13.8). "Toda a lei se resume num só mandamento: 'Amarás a teu próximo como a ti mesmo'" (Gl 5.14; ver Tg 2.8; Mt 22.36-40). Paulo nos dá uma descrição detalhada de como uma pessoa amorosa age (1Co 13.4-7).
O próprio Cristo é o padrão de como devemos amar (Ef 5.2,25; 1Jo 3.23). Devemos amar "como" ele amou (Jo 13.34; 15.9-12).
Uma razão por que o amor é tão importante na vida cristã é que agimos, exteriormente, baseados no que somos no interior (Mt 12.33-35; 15.18-19; 23.25-26; Lc 6.43-44). Para sermos realmente bons, temos que mudar nosso coração e nossas atitudes (Rm 12.1-2; Sl 51.10; 119.36; 2Co 10.5; Ef 4.22-23). Nossa pessoa interior tem que se tornar pura e amorosa, para que nossas ações exteriores sejam boas. Na vida cristã, precisamos evitar tanto as obras pecaminosas exteriores e também os pecados interiores dum coração maligno.
Muitas outras qualidades positivas ou virtudes fazem parte da vida cristã, tais como a humildade, altruísmo, paciência, fazer bem aos outros, devoção a Deus, compaixão e uma atitude de perdão (Ef 4.32). Faça você uma lista das boas qualidades, as quais deve adquirir na sua vida, usando as seguintes passagens: Mt 5.3-9, Gl 5.22-23, Cl 3.12-17, 1Tm 6.11, Tg 3.13, 17-18, 2Pe 1.5-7. Quando você termina sua lista de boas qualidades, compare-a com os vícios ou más qualidades que deve evitar, baseando-se nas seguintes passagens: Rm 1.29-31, 1Co 6.9-10, Gl 5.19-21, Cl 3.5-10, 1Tm 1.9-11, 2Tm 3.2-5, Tg 3.14-16, 1Pe 2.1-2.
A melhor maneira de aprender sobre a vida cristã é ler grandes porçoes do Novo Testamento que tratam desse assunto. Muitas destas compõem mais ou mais a segunda metade de uma carta do Novo Testamento. A primeira metade é ensino ou doutrina que explica a base religiosa por que devemos viver de um certo modo. A segunda metade nos explica como nossa fé cristã deve ser praticada na vida (Tt 2.1).
Estude as seguintes porções da Escritura de como viver a vida cristã. A Bíblia ensina sobre a vida familiar, negócios, seu relacionamento ao governo, integridade pessoal, ética sexual e muito mais coisas (Mt 5.1-7.28, 18.1-35, Rm 12.1-5, Ef 4.17-6.20, Cl 3.1-4.6, 1Ts 4.1-12, Tt 2.1-11, He 12.1-13.9, Tg 1.2-5.20, 1Pe 2.11-5.11). Como cristão, treine-se a si mesmo "na piedade" (1Tm 4.7). ". . . busque a justiça, a piedade, a fé, o amor, a perseverança e a mansidão" (1Tm 6.11).
- A Trindade