sábado, 6 de novembro de 2010


OURO PRETO - MINAS GERAIS

O município brasileiro de Ouro Preto é do estado de Minas Gerais, e famoso por sua magnífica arquitetura colonial. Localiza-se a uma latitude 20º23'08" sul e a umalongitude 43º30'29" oeste, estando a uma altitude de 1179 metros. Sua população estimada em 2004 era de 68 208 habitantes.

Foi a primeira cidade brasileira a ser declarada pela UNESCO, Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade, no ano de 1980.

No município há 13 distritos: Amarantina, Antônio Pereira, Cachoeira do Campo,Engenheiro Correia, Glaura, Lavras Novas, Miguel Burnier, Santa Rita, Santo Antônio do Leite, Santo Antônio do Salto, São Bartolomeu e Rodrigo Silva, além da sede.

História

O ouro mineiro começou a chegar a Portugal ainda no final do século XVII. Em 1697 o embaixador francês Rouillé menciona chegada de ouro "peruano", cita 115,2 kg. Godinho, sem citar a fonte, menciona 725 quilos para 1699 e, em 1701, a chegada de 1.785 quilos.

A origem de Vila Rica está no arraial do Padre Faria, fundado pelo bandeirante Antônio Dias de Oliveira, pelo padre João de Faria Fialho e pelo coronel Tomás Lopes de Camargo e um irmão deste, por volta de 1698.

A vila foi fundada em 1711 pela junção desses vários arraiais, tornando-se sede de concelho, com a designação de Vila Rica. Em 1720 foi escolhida para capital da nova capitania de Minas Gerais. Em 1823, após a Independência do Brasil, Vila Rica recebeu o título de Imperial Cidade, conferido por D. Pedro I do Brasil, tornando-se oficialmente capital da então província das Minas Gerais e passando a ser designada como Imperial Cidade de Ouro Preto. Em 1839 foi criada a Escola de Farmácia e em 1876 a Escola de Minas. Foi a capital da província e mais tarde do estado até 1897.

Possui uma área de 1.245,114 km².

A cidade inspirou a criação de várias outras cidades, se não com o mesmo nome como Ouro Preto no Maranhão, no Mato Grosso, no Rio Grande do Norte e Ouro Preto do Oeste em Rondônia, os bairros Ouro Preto em Belo Horizonte/MG, em Maceió/AL, Olinda/PE e outras em locais de menor expressão, curiosamente, foi criado no Estado de Indiana, nos Estados Unidos, uma cidade que surgiu após o fundador ler uma reportagem que falava justamente sobre a cidade de Ouro Preto, criando lá a City of Brazil, no ano de 1844.

Período colonial

Origem

Enquanto as descobertas de ouro nos córregos continuavam no sertão, elevando nomes como o de Antônio Dias de Oliveira, Bartolomeu Bueno de Siqueira, Carlos Pedroso da Silveira e entre outros, apareciam bandeiras e gente vinda já da Bahia e Pernambuco, «acendendo ambições de além-mar, seguindo na trilha das outras e outras porém com rumo certo, procurando ora o rio das Velhas (cuja tradição ficou entre os Paulistas, que haviam acompanhado a bandeira de Fernão Dias Pais e de D. Rodrigo de Castelo-Branco), ora o Tripuí, onde já se havia encontrado o afamado Ouro Preto, balizado pelo cabeço enevoado do pico do Itacolomi, que começavam a avistar logo transposto o Itatiaia. Orientados pelos picos que eriçam as serras de Ouro Branco, Itatiaia, Ouro Preto, Itacolomi, Cachoeira, os habitantes seguiam juntos ou separados, Casa Branca , Ribeirão do Carmo, etc.

Diz Antonil que da mina da serra do Itatiaia, a saber do ouro branco, que assim chamavam ao ouro ainda não bem formado, distante do ribeiro do Ouro Preto oito dias de caminho moderado até o jantar, não faziam caso os Pauistas caso por terem as outras de ouro formado e muito melhor rendimento».

Segundo José Rebelo Perdigão, secretário do Governador Artur de Sá e Menezes, em 1695 e 1696 teria sido descoberto nesta montanha um ribeiro aurifero ao qual se deu mais tarde o nome de Gualacho do Sul, mas que os Paulistas desta bandeira de Miguel Garcia se recusaram a dividir a jazida com seus companheiros de Taubaté os quais, se tendo então separado, tomaram marcha para o interior e descobriram o ribeiro de Ouro Preto. «Dos córregos e morros de Ouro Preto, ainda hoje chamados o Passadez, Bom Sucesso, Ouro Fino, Ouro Bueno, foram descobridores Antônio Dias, de Taubaté, o Padre João de Faria Fialho, Tomás Lopes de Camargo, primo do descobridor do Itaverava Bartolomeu Bueno de Siqueira. As terras ali eram de «tal modo requestadas que por acudir muita gente, só pode tocar três braças em quadra a cada minerador», segundo o historiador Varnhagen. Nomes como Brumado, Sumidouro, rio Pardo, Guarapiranga, rio das Mortes, Aiuruoca apareceram na geografia mineira, trazidos por Camargos e Pires, Pedrosos, Alvarengas, Godois, Cabrais, Cardosos, Lemes, Pais, Guerras, Toledos, Furtados, como no canto VI de «Vila Rica», o poema.

A atividade mineradora

Ruas de hoje em Ouro Preto, foto por Silvio Tanaka. (Rua dos Paulistas, beco para a Praça Tiradentes.)

«A Coroa concedia aos responsáveis de descobertas uma mina de 80 varas sobre 40 e mais uma data de 60 x 30 sobre a mesma beta, ambas à escolha, entremeando entre uma e outra 120 varas para serem ocupadas por duas datas menores. O cálculo atual é igual a (80x40= 3.200 varas quadradas ou seja 3.872m2); ,60x30 = 1.800 braças quadradas ou seja 2.178m2 atuais.

Em águas correntes e nas quebradas dos montes, o quinhão do descobridor era de 60 varas de comprido por 12 de largo, metidas no meio da corrente ou da quebrada, sendo o de cada um dos aventureiros 1/3 menor; se o rio era grande, tocavam ao descobridor 80 varas e aos mais 60. Nas minas menores, em outeiros, campos ou às bordas de rios, era de 30 varas quadradas a data do descobridor e de 20 as outras; se a area não chegasse para todos os pretendentes, o Provedor devia dividir as datas proporcionalmente».

Não era distribuição fácil nem equitativa, pois às vezes eram explorados aluviões riquíssimos ao longo de um curso d'água estreito, e assim a riqueza mineral não era bem distribuída. Pelo Direito da época, o senhor do solo e do subsolo era o rei, mas não podia trabalhar a terra e a dava em quinhões a particulares para explorar mediante parte nos resultados, o que constituía a pensão enfitêutica devida ao senhorio. A porção era de 20% = o célebre quinto do ouro cuja história é a própria história de Minas, segundo seu historiador Diogo de Vasconcelos. Para a arrecadação, em cada distrito havia um Guarda-mor com escrivão, tesoureiro e oficiais. «Consideravam-se novas só as lavras distantes meia légua de alguma lavra já conhecida, de modo que os ambiciosos afastavam-se delas para se enquadrarem nas regalias, multiplicando-se os manifestos e seus exploradores, sem garantia de vida ou propriedade, tendo que se entrincheirar no próprio local de trabalho, levantando abrigos ou aproveitando as bocas das minas, concorrendo para a disseminação d povoados». Vieram artífices de profissões diversas, no arraial de Ouro Preto e no arraial de Antônio Dias, no Caquende, Bom Sucesso, Passa-Dez, na Serra e Taquaral, construindo capelas, casas de morada e fabricando ferramentas.Em toda parte foi revirada e pesquisada a areia dos ribeiros e a terra das montanhas, levantando-se barracas perto de terrenos auríferos, arraiais de paulistas começando a povoar o interior da terra que hoje é Minas Gerais. Organizaram-se depois os povoados em torno de capelas provisórias, até a «grande fome».

A fome de 1700 a 1703

Falava-se de fome desde meados de 1700, quando a escassez alarmante de víveres começou a se estender aos povoados do Ribeirão do Carmo. O ouro enchia as bruacas e como ninguém admitia a ideia de ali permanecer depois de rico, nada se plantava; e do Rio das Velhas vinham tropas de negociantes para vender carne e víveres. No Ouro Preto e no Carmo a paisagem era rude, solo pedregoso, aspecto ameaçador, selvagem, abrindo-se em vales estreitos e profundos, nada alentador para a agricultura. Circulava ouro em pó como moeda e havia pouco a comprar. E, além do mais, uma epidemia de bexigas correu pelos arraiais, «onde se defendia uma quarta de milho ou saco de mandioca às armas». Dois forasteiros se mataram a faca ppor uma cuia d farinha. Cheias dos rios em duas terriveis estações de chuvas, 1699 e 1701, agravaram a situação. Começou o êxodo de populações para os arraiais de Itaverava e Ouro Branco, caindo de inanição nos caminhos do Rodeio. Existiria até hoje o Campo das Caveiras: centenas, sucumbidos no esforço de subir a serra fugindo de Ouro Preto. Salteavam os vivos e saqueavam os mortos negros escravos e ciganos armados, os Pauistas reuniram seus burros e retornaram a São Paulo ou partiram para o Rio das Velhas (c° o Guarda-Mor Domingos da Silva Bueno, que começava a dar ordem às Minas) defendendo-se a tiro e espada. Os poucos no arraial de Ouro Preto se salvaram pela ambição de mercadores sertanejos, correndo ao famoso vale com cargas, conseguindo fabulosos lucros. Nos dois anos seguintes à ocupação em 1698 do rico ribeiro do Carmo, abateu-se sobre os pequenos povoados fome. Havia total falta de mantimentos, cobrava-se por um alqueire de milho vinte oitavas de ouro, 32 oitavas por um alqueire de farinha ou de feijão, uma galinha custava 12 oitavas, 1 cachorrinho ou gatinho 32, uma vara d fumo valia cinco oitavas e um prato pequeno de estanho, cheio de sal, oito. Diz o cronista: «por cuja causa e fome morreu muito gentio, tapanhunhos e carijós , por comerem bichos de taquara, que, para os comer, é necessário estar um tacho no fogo quente e os vão botando; os vivos boiam com a quentura, que são os bons, e se come algum morto é veneno refinado...»

A corrida do ouro

Diz Antonil em 1710: « A sede insaciável do ouro estimulou a tantos a deixarem suas terras e a meterem-se por caminhos tão ásperos como os das Minas, que dificultosamente se poderá dar conta do número das pessoas que atualmente lá estão. Cada ano vem nas frotas quantidades de portugueses e estrangeiros para passarem às Minas. Das cidades, vilas, recôncavos e sertões do Brasil vão brancos, pardos e pretos e muitos índios de que os Paulistas se servem.» E, adiante: «As constantes invasões de portugueses do litoral vencerão os Paulistas que haviam descoberto as lavagens de ouro - florestas batidas, montanhas revolvidas, rios desviados de cursos pois a sede de ouro enlouquecia. Desciam das serras que isolavam Minas homens levando famílias, escravos, instrumentos de mineração, atravessando florestas e vadeando rios caudalosos depois de lutar às vezes contra índios expulsos do litoral. Frades fugiam dos conventos, proprietários abandonavam plantações, procurando como loucos as terras do centro - visão fugitiva de riquezas acumuladas sem luta nem trabalho…

A cidade tem o nome de Ouro Preto devido a uma característica do mineral aqui encontrado na época: o ouro era escurecido por uma camada de paládio, dando-lhe tonalidade diferente da normal.

Período imperial

Em 1823, após a Independência do Brasil, Vila Rica recebeu o título de Imperial Cidade, conferido por D. Pedro I do Brasil, tornando-se oficialmente capital da então província das Minas Gerais e passando a ser designada como Imperial Cidade de Ouro Preto. Em 1839 foi fundada a Escola de Farmácia, tida como a primeira escola de farmácia da América do Sul.

Em 12 de outubro de 1876, a pedido de D. Pedro II do Brasil, Claude Henri Gorceix fundou a Escola de Minas em Ouro Preto. Esta foi a primeira escola de estudos mineralógicos, geológicos e metalúrgicos do Brasil, que hoje é uma das principais instituições de engenharia do País. Assim era descrita a cidade de Ouro Preto pelo ilustre fundador da Escola de Minas, em relatório enviado ao Imperador Dom Pedro II: "Em muito pequena extensão de terreno pode-se acompanhar a série quase completa das rochas metamórficas que constituem grande parte do território brasileiro e todos os arredores da cidade se prestam a excursões mineralógicas proveitosas e interessantes."(Claude Henri Gorceix)

Economia

Apesar de atualmente a economia de Ouro Preto depender muito do turismo, há também importantes indústrias metalúrgicas e de mineração no município, tais como a Alcan - Alumínio do Brasil (a mais importante fábrica de alumínio do país), a Vale, e outras. As principais atividades econômicas são o turismo, a indústria de transformação e as reservas minerais do seu subsolo, tais como ferro, bauxita, manganês, talco e mármore.

Os minerais de importância são o ouro, a hematita, a dolomita, turmalina, pirita, muscovita, topázio e topázio imperial, esta última apenas encontrada em Ouro Preto.

Uma outra importante fonte de recursos para o município são os estudantes da UFOP, oriundos principalmente da região sudeste do Brasil.

Turismo

Panorâmica de Ouro Preto.

Apesar de ter a a maior parte do intenso fluxo turístico focado na arquitetura e importância histórica, o município possui um rico e variado ecossistema em seu entorno, com cachoeiras, trilhas seculares e uma enorme área de mata nativa, que teve a felicidade de ser protegida com a criação de Parques Estaduais. O mais recente destes situa-se próximo ao distrito de São Bartolomeu (Ouro Preto)|São Bartolomeu.

Ouro Preto também se destaca pela atividade cultural. Todos os anos, sedia o Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana - Fórum das Artes

Ver artigo principal: Palácio dos Governadores

Museus

Além de ser um "museu a céu aberto" [5], a cidade tem instituições que guardam acervos variados como Museu das Reduções, Museu do Chá, Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas, Museu da Inconfidência, Museu Casa dos Contos, Ludo Museu, Museu do Oratório, Museu Casa Guignard, Museu de Pharmacia, Museu de Arte Sacra do Pilar, Museu Aberto Cidade Viva e Museu Aleijadinho além do Museu do Ouro, onde são encontradas diversas pedras preciosas.

Geografia

Altitude média: 1.116m. O ponto mais alto é o Pico do Itacolomi, com 1.722m

Rios: nascentes do Rio das Velhas, Piracicaba, Gualaxo do Norte, Gualaxo do Sul, Mainart e Ribeirão Funil.

Clima: Tropical de altitude Úmido, característico das regiões montanhosas com chuvas durante os meses de dezembro a março, geadas ocasionais em junho e julho.

Temperatura:

* Média anual: 17,4 °C

* Média Máxima: 22,6 °C

* Média Mínima: 13,1 °C

* Mínima 4 °C (julho)

* Máxima 28 °C (janeiro)

* Em junho e julho pode chegar a 2 °C ou menos.

Vegetação

Ouro Preto abriga campos rupestres, matas de Araucaria (Pinhais), florestas de candeias e possui grandes áreas remanescentes da Mata Atlântica. A vegetação predominante de Ouro Preto é o Cerrado.

Relevo

O relevo varia muito: de Amarantina(700m) aos mais de 1700 m do Pico do Itacolomi. O relevo acidentado não favorece as atividades agropastoris. Caracterizam-se as indústrias extrativas de minério e pedras.

Topografia do Terreno

Plano: 5% Ondulado: 40% Montanhoso: 55%

Bairros

A Casa dos Contos

A Prefeitura Ouro Preto nunca delimitou oficialmente os bairros da cidade, reconhecendo como subdivisões oficiais apenas os 13 distritos. Entretanto, só no distrito sede, existem locais que por questões culturais são chamados de bairros [8] cujos nomes populares se seguem: Alto da Cruz, Água Limpa, Antonio Dias, Barra, Bauxita, Centro, Cabeças, Jardim Alvorada, Lajes, Morro Santana, Morro São Sebastião, Morro do Cruzeiro, Morro da Queimada, Nossa Senhora de Lourdes, Padre Faria, Piedade, Pilar, Rosário, São Cristóvão, Saramenha, Taquaral, Vila Aparecida, Vila dos Engenheiros, Vila São José[9], entre alguns outros existentes.

Templos

Uma das características mais marcantes de Ouro Preto são suas igrejas construídas durante o período colonial brasileiro. As igrejas que mais se destacam são:

Igreja de São Francisco de Assis

Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar

Igreja de Nossa Senhora do Rosário

Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição

Igreja Nossa Senhora do Carmo

Igreja São Francisco de Paula

Igreja Nossa Senhora das Mercês e Perdões

Igreja Nossa Senhora das Mercês e Misericórdia

Outras igrejas:

Capela de Padre Faria ou Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Brancos

Igreja de Santa Efigênia dos Pretos

Igreja de São Miguel e Almas

Igreja de São José

Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos

Capela de São Sebastião

Capela de Senhora Santana

Capela de São João

Capela de Senhora da Piedade

Capela de Bom Jesus das Flores

Capela Senhor do Bonfim

Capela de Nossa Senhora das Dores

Universidade

Escola de Minas - Centro, UFOP.

Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP): A universidade foi instituída como Fundação de Direito Público em 21 de agosto de 1969, incorporando duas instituições de ensino superior centenárias: a Escola de Farmácia (fundada em 1839) e a Escola de Minas (fundada em 1876). Conciliando tradição e modernidade, a Universidade Federal de Ouro Preto expandiu-se com a criação de unidades acadêmicas e com a implantação de cursos. A UFOP oferece 28 cursos de graduação, contando com 22 departamentos e 7 unidades acadêmicas, entre as quais o Centro de Educação Aberta e a Distância, que atualmente ministra o curso de Licenciatura em Educação Básica – Anos Iniciais e o curso de Especialização – Formação de Orientadores Acadêmicos para EAD, atuando em 13 pólos, em convênios com prefeituras municipais. Atualmente, a instituição é referência no país nas áreas de engenharia e farmácia.

Repúblicas estudantis

Os Estudantes da UFOP procedem principalmente do interior dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Goiás. Com isso, morar em repúblicas é praticamente uma marca dos estudantes de Ouro Preto. E, muitas vezes, uma necessidade. As repúblicas fazem parte da tradição da cidade. Muitas delas instaladas em prédios pertecentes à UFOP, absorvem parcela significativa dos estudantes, em Ouro Preto e Mariana. São administradas pelos próprios estudantes, que definem as regras de admissão nelas. Ao longo de mais de um século, as repúblicas desenvolveram uma cultura própria, e mantêm laços estreitos com ex-alunos e ex-residentes.Os interessados poderão também acessar algumas home pages das próprias repúblicas, para saber um pouco mais sobre elas, sentindo seu espírito, conhecendo seus moradores e suas programações[10].

Lista das repúblicas de Ouro Preto:

Página da República Calamidade Pública

Página da República Masmorra

Página da República Pronto Socorro

Página da República Necrotério

Página da República Taberna

Página da República Sua Mãe

Veja também

Além das igrejas, capelas, museus e monumentos, Ouro Preto abriga o mais antigo teatro em funcionamento da América Latina, o Teatro Municipal de Ouro Preto. Após passar por restauração, no ano de 2007 a Casa da Ópera (nome original) foi reaberta ao público.

A Casa da Ópera foi construída pelo contratador português João de Souza Lisboa, com apoio do conde de Valadares, governador da Capitania, e de seu secretário, o poeta Cláudio Manoel Costa. Situada próximo à Igreja do Carmo, em terreno íngreme, foi inaugurada no dia 6 de junho de 1770, na comemoração do aniversário do Rei Dom José I.

Pascoal da Silva Guimarães, cujo nome foi empregado no Morro da Queimada.

Guerra dos Emboabas, sobre os conflitos armados no início da mineração.

Aleijadinho

Patrimônio Comum da Humanidade

Palácio dos Governadores

Ouro Preto - MG

Terra de Minas - Ouro Preto

Procissão dos Passos - Ouro Preto 2010

PROCISSÃO DE SÃO SEBASTIÃO EM ITAIPU NITERÓI 20 de janeiro de 2010

As Chaves do Reino

Jesus, em Mateus dezesseis mostra claramente que as portas do inferno não prevalecerão contra a Sua Igreja; a edificação da Igreja só é realizada por Jesus, e quando Ele faz, ela prevalece. Ao receber um revelação, como Pedro recebeu do Pai a revelação de quem era Jesus, precisamos ser edificados na prática da Verdade.

Logo depois que Pedro fez a grande confissão da sua vida dizendo a Jesus: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo, Jesus disse: Também eu te digo, tu és Pedro, e sobre esta pedra (O entendimento que ele havia recebido) edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra. As chaves do reino são as condições que a verdade nos oferece. As chaves são verdades. Verdades de Deus que, ao serem reveladas em nosso espírito, nos dão condições de ligar e desligar através da atividade da nossa fé. O objetivo das chaves do reino é liberar as coisas do céu na terra; e impedir as coisas do inferno no meio dos homens. Ao usar essas chaves (Verdades de Deus) nós liberamos o céu na terra e paramos o inferno. Jesus disse: O que ligardes na terra, terá sido ligado nos céus, e o que desligardes na terra, terá sido desligado nos céus; portanto ao por a nossa fé em ação por praticar a Verdade, nós ligamos e desligamos condições em nossas vidas. Nos livramos daquilo que não vem de Deus e recebemos o que vem Dele.

Autoridades de Deus na terra

O ponto é que estamos aqui para reinar; Deus nos deu a Sua natureza, e podemos operar na fé como Jesus operava. O homem foi criado por Deus para viver Nele em íntima comunhão; foi feito para expressa-Lo e para dominar na terra através da força que a Verdade de Deus proporciona. Somos autoridades de Deus na terra. Estamos aqui para reinar e o governo do Senhor é manifesto através da Igreja. Como embaixada celestial, o Senhor espera que o Seu reino não seja uma teoria religiosa, humana, em nossas vidas, mas uma experiência prática e real. Deus nos colocou aqui para exercer a Sua autoridade. O inimigo das nossas almas, e tudo que é dele, não tem outra opção a não ser submeter-se à autoridade do Nome de Jesus nas nossas vidas. Quando um guarda de transito faz uma grande carreta parar; por mais potente que ela seja, ela tem que parar, se não quiser sofrer as penalidades pela desobediência. Porém ela não para pela força física do guarda de transito; ela para por causa da autoridade que está sobre ele. A autoridade que está sobre ele é maior e mais poderosa do que sua força física.
Assim é no Reino de Deus. A autoridade que está sobre nós em o Nome de Jesus, e que funciona em nossas vidas através da "obediência" à Palavra de Deus, é maior e mais poderosa do que a nossa força física. Sim, ela funciona pela atuação do Espírito em nosso íntimo e nossa ação correspondente, fazendo e falando o que Deus nos diz.

O funcionamento da unção

A unção que opera em nosso íntimo nos revelando a Verdade, é a fonte da autoridade de Deus em nossas vidas. É muito importante compreendermos como Deus opera nas nossas vidas em sua forma primária. Ele age em nosso espírito, nos dando luz, abrindo o nosso entendimento. Agora, cabe a nós respondermos positivamente à Palavra revelada em nosso espírito, pois é essa resposta a base da nossa autoridade funcional. Deus fala em nosso espírito, mas Ele não vai obedecer por nós. Somos nós que obedecemos. Somos nós que ao recebermos luz, decidimos agir, nos conformando com a Palavra recebida. E é exatamente na proporção da nossa submissão à Palavra, que jorra autoridade de Deus e unção do nosso interior. Deus é poderoso para mudar qualquer circunstância que estiver em nosso caminho; o que Ele precisa é da nossa submissão à Palavra a fim de que pela nossa obediência Ele possa fluir de dentro para fora e mudar tudo em nossas circunstâncias. A obediência por fé é o canal livre pelo qual a unção de Deus flui e produz o resultado esperado.

A história do Centurião Romano

A questão da unção que deriva da obediência é muito bem ensinada pelo Espírito Santo no episódio do centurião que buscou cura para o seu servo. Na medida em que o Senhor decidiu ir à sua casa para ministrar cura ao seu servo, ele mandou dizer ao Senhor algo fantástico que impressionou Jesus. Veja em Lucas capítulo sete versos de seis a oito o que o centurião disse: "...Senhor, não te incomodes, porque não sou digno de que entres em minha casa. Por isso, eu mesmo não me julguei digno de ir ter contigo; porém manda com uma Palavra, e o meu rapaz será curado. Porque também eu sou homem sujeito à autoridade, e tenho soldados às minhas ordens, e digo a este: vai, e ele vai; e a outro: vem, e ele vem; e ao meu servo: faze isto, e ele o faz." Jesus ficou impressionado com essas palavras e disse: "Afirmo-vos que nem mesmo em Israel achei fé como esta". E a Bíblia diz que voltando para casa os que foram enviados, encontraram curado o rapaz. É incrível como esse homem entendeu o funcionamento do poder de Deus na vida de Jesus. Ele sabia que a unção na vida de Jesus em operar milagres e curas, derivava da Sua autoridade em dizer e colher o que dizia, e sabia que essa autoridade vinha da Sua obediência a Deus. Assim como ele dizia e era obedecido por estar debaixo da autoridade do "César" (Como centurião Romano tinha cem soldados debaixo de sua autoridade); sabia que o que Jesus dissesse aconteceria pelo mesmo princípio: Jesus estava debaixo de autoridade. A autoridade do Pai. A obediência na qual Ele vivia a Deus dava condições ao Pai de ministrar a Ele e através Dele toda a Sua autoridade; portanto saiba que poder ou unção são frutos de obediência a Deus. Nunca se esqueça que o Reino de Deus é o Reino de Deus, e não da nossa carne. É o Reino Dele e não do nosso "ego". Assim como Jesus recebeu o Reino do Pai, assim Ele nos confiou. O nosso funcionamento no Reino de Deus nasce e é preservado por nossa vida no altar da obediência ao que o Senhor nos diz.
Unção que produz o resultado é fruto da atuação da Verdade de Deus em nossas vidas. Quanto mais aprendermos obedecer a Deus, mais unção Dele haverá fluindo dos nossos corações, pois unção é Deus participando conosco na atividade da nossa fé. Em nossa atividade de fé na Palavra de Deus o Senhor vem e participa, ou seja, Ele age junto conosco. O propósito de Deus na expressão do Seu Reino na terra é agir em conjunto com o homem e não separado dele. Deus e o homem trabalhando juntos, esse é o propósito de Dele.
Deus se move em nosso espírito, e nós damos visibilidade à voz de Deus através de uma vida de obediência agindo na Palavra de Deus. A visibilidade da voz de Deus em nosso íntimo através da ação da nossa fé, e da nossa contínua obediência ao Senhor, traz a Sua participação conjuntamente conosco, e isso é unção, ou seja, Deus trabalhando junto com o homem. Deus se move em nosso espírito, nós respondemos, e Ele vem e se manifesta juntamente conosco. Unção é Deus manifestando-se junto conosco. Estamos unidos com Ele em espírito, e ao por a sua voz em ação visível, então Ele pode trabalhar junto conosco; que coisa linda é o funcionamento da unção; Deus trabalhando junto com o homem que Ele criou. Unção é o poder de Deus sendo liberado através de nós, porém é mais que isso, pois unção é o próprio Deus vindo e trabalhando junto conosco. Em todo esse livro nossas considerações serão no sentido de recebermos um pouco mais de entendimento a respeito do Reino de Deus. No evangelho temos acesso a esse Reino maravilhoso; nada pode abalar ou destruir esse reino, como diz o escritor de Hebreus no capítulo doze verso vinte e oito e vinte e nove:

"Por isso, recebendo nós um Reino inabalável, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus de modo agradável, com reverência e santo temor; porque o nosso Deus é fogo consumidor."

E Romanos capítulo cinco verso dezessete:

"...Muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça REINARÃO em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo."

Observe ainda primeira Coríntios capítulo quatro, verso oito:

"...Chegastes a reinar sem nós; sim, tomara reinásseis para que também nós viéssemos a reinar convosco."

Seu irmão e servo em Jesus, Pr. Eber.





CAPELA DE NOSSA SENHORA DA PENHA
JARDIM IMBUÍ





Enquanto estávamos com os Palotinos a nossa
Matriz era a Paróquia de São Sebastião de Itaipú.
Nossa Banda


NOSSA SENHORA DA PENHA

JARDIM IMBUÍ - PIRATININGA - NITEROI

FOTOS

  • Nós começamos com o Pe. João Sopick e terminamos com o Pe. Casemiro Pac.
  • Hoje estamos com o Pe. João Luiz, devido a divisão das Capelas e a Capela de São José, ascendeu a Paróquia e Matriz.
NOSSA SENHORA APARECIDA
12 DE OUTUBRO




O rio Paraíba, que nasce em São Paulo e deságua no litoral fluminense, era limpo e piscoso em 1717, quando os pescadores Domingos Garcia, Felipe Pedroso e João Alves resgataram a imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida de suas águas. Encarregados de garantir o almoço do conde de Assumar, então governador da província de São Paulo, que visitava a Vila de Guaratinguetá, eles subiam o rio e lançavam as redes sem muito sucesso próximo ao porto de Itaguaçu, até que recolheram o corpo da imagem. Na segunda tentativa, trouxeram a cabeça e, a partir desse momento, os peixes pareciam brotar ao redor do barco.

Durante 15 anos, Pedroso ficou com a imagem em sua , onde recebia várias pessoas para rezas e novenas. Mais tarde, a família construiu um oratório para a imagem, até que em 1735, o vigário de Guaratinguetá erigiu uma capela no alto do Morro dos Coqueiros. Como o número de fiéis fosse cada vez maior, teve início em 1834 a construção da chamada Basílica Velha. O ano de 1928 marcou a passagem do povoado nascido ao redor do Morro dos Coqueiros a município e, um ano depois, o papa Pio XI proclamava a santa como Rainha do e sua padroeira oficial.

A necessidade de um local maior para os romeiros era inevitável e em 1955 teve início a construção da Basílica Nova, que em tamanho só perde para a de São Pedro, no Vaticano. O arquiteto Benedito Calixto idealizou um edifício em forma de cruz grega, com 173m de comprimento por 168m de largura; as naves com 40m e a cúpula com 70m de altura, capaz de abrigar 45 mil pessoas. Os 272 mil metros quadrados de estacionamento comportam 4 mil ônibus e 6 mil carros. Tudo isso para atender cerca de 7 milhões de romeiros por ano.

PERSONAGENS DA HISTÓRIA REVISITADOS

Tópico enviado por Yvelise Moura

29/10/2008 - 20h00m

CARLOTA JOAQUINA (1775-1830) foi eternizada como uma espanhola bigoduda que odiava o Brasil e sacudiu os sapatos ao sair daqui, essa foi a persona criada pelo movimento liberal, num momento em que as transformações sociais e políticas do século XIX exigiam reinvenções do passado, como forma de legitimar um presente que se queria construir. A verdadeira Carlota Joaquina foi uma rainha portuguesa que nunca perdeu sua identidade espanhola, foi contra a vinda da família real ao Brasil, defendeu o Absolutismo, se recusou a assinar a Constituição Liberal português, era uma política hábil capaz de ir muito além do papel subalterno a que a corte lusitana constrangia as mulheres e certamente não cabia na galeria de personagens dignos da memória nacional. Não nos cabe reabilitar ou denegrir essa ou aquela personagem histórica e sim tentar conhecer o homem ou a mulher dentro seu tempo, da produção historiográfica sem nos prendermos aos estereótipos que marcaram sua memória e tracejaram suas atuações na esfera pública.

A trajetória de vida de Carlota mostra a filha primogênita do rei Carlos IV, de Espanha, que aos 10 anos casou-se com o futuro dom João VI num típico casamento diplomático que visava ao pacto entre as duas coroas ibéricas; uma mulher preocupada com as limitações do universo feminino de seu tempo e que no final do século 18 assume importante papel na política externa portuguesa. Na verdade, o maior problema dela não era ter vindo para Colônia, mas as condições em que veio: exilada depois de uma tentativa de conspiração em 1806, a corte portuguesa dividia-se entre anglófilos e francófilos e os franceses a apoiaram para que assumisse o poder como regente no lugar do marido. Ela foi colocada incomunicável, afastada de todos, com a correspondência controlada pelo grupo político de d.João até o embarque para o Brasil. Ao chegar soube que os pais, monarcas da Espanha, estavam prisioneiros de Napoleão, com quem haviam estabelecido uma aliança, que ela não havia aprovado, e que permitira a Bonaparte cruzar o território espanhol para invadir Portugal e por fim, a tirar o trono dos espanhóis para colocar em seu lugar o irmão. No exílio colonial, ela decidiu lutar pela preservação do império de seu pai nos vice-reinados espanhóis na América trópicos e articulou planos para exercer a regência da Espanha a partir da sede da monarquia, em Buenos Aires, coordenando uma possível resistência à invasão napoleônica e garantir para a dinastia dos Bourbon a coroa espanhola. Carlota fez grandes inimigos na Colônia que anteviam em suas ações perigo para os planos de estender o império português para as áreas ocupadas pela coroa espanhola. Sua atuação na esfera pública, negociando acordos diplomáticos, articulando para ascender ao poder, pleiteando a regência da Espanha, certamente transgrediam o espaço determinado para as princesas consortes; ela não se encaixava, era temperamental, autoritária e ambiciosa... Passar isso para a posteridade através de quadros que a retratavam com feições marcadamente masculinas em detrimento de sua notável atuação política não foi justo. Simpatias ou antipatias a parte, Carlota Joaquina foi uma mulher histórica, personalidade difícil de entender para seus contemporâneos, mas certamente uma das precursoras da presença feminina no cenário político.

http://www.globoonliners.com.br/icox.php?mdl=mensagem&op=ver&idcom=462&id=7120

Museu de Arqueologia de Itaipu

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O Museu de Arqueologia de Itaipu (MAI), localizado no município de Niterói, estado do Rio de Janeiro, é uma unidade vinculada ao Departamento de Museus e Centros Culturais (DEMU) do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), órgão do Ministério da Cultura (MinC). O Museu iniciou suas atividades em 22 de março de 1977 e não possui um instrumento legal de criação tal como um ato ou decreto, porém os Remanescentes do Recolhimento de Santa Teresa, prédio onde está situado, são tombados em instância federal pelo IPHAN, tendo sido o bem inscrito no Livro de Tombo de Belas Artes em 8 de janeiro de 1955.

. Missão Institucional

Promover a valorização da memória das ocupações humanas pré-cabralinas e posteriores de Niterói através da preservação, da pesquisa e da comunicação de seu acervo, visando ao acesso irrestrito ao patrimônio cultural.

O Museu de Arqueologia de Itaipu está instalado nas ruínas do antigo Recolhimento de Santa Teresa, instituição fundada em 1764, pelos padres Manuel Francisco da Costa e Manuel da Rocha com a finalidade de abrigar mulheres que pretendiam seguir a vida religiosa, órfãs, mulheres de “vida fácil”, as que haviam engravidado ou mantido romances antes do matrimônio, viúvas e aquelas que ali eram instaladas por seus pais ou maridos quando estes saíam em viagem. O tempo de permanência na instituição era determinado pelo patriarca da família e a internação no estabelecimento requeria o pagamento de um dote pela família e a aprovação da Corte.

De acordo com a documentação acerca do prédio e de seu funcionamento através das Cartas de Visitas Pastorais de 1811/12, há relatos de que nas primeiras décadas do século XIX, as recolhidas e o estabelecimento já se encontravam em estado de “pobreza franciscana”. Em 1833, o prédio estava vazio e o vigário João de Moraes e Silva institui o local como asilo para menores. A partir desta última informação não se tem mais documentos que mencionem o Recolhimento de Santa Teresa de Itaipu, havendo, portanto, um hiato na pesquisa histórica da instituição durante o restante do século XIX.

O século XX é marcado em termos da história do prédio por ocupações, disputas de posse, o tombamento do bem e a criação do Museu. Abandonado, o prédio foi ocupado por pescadores da região que passaram a habitá-lo e a utilizá-lo como espaço para tingimento das redes de pesca, além de haver ocorrido no entorno da muralha uma aglomeração de residências de pescadores.

Após o tombamento do antigo Recolhimento, as sucessivas correspondências expedidas por parte da Colônia de Pescadores da região demonstram uma preocupação com a conservação do monumento, solicitando ao Governo do Estado e à então Diretoria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional que retirassem dali a casa de motor da Companhia Territorial Itaipu, proprietária do terreno, para que o bem viesse a servir de sede à Colônia. A Cia. Territorial Itaipu, por sua vez, se dirige à DPHAN acusando o interventor da Colônia de ocupar indevidamente os remanescentes do Recolhimento, se propondo, inclusive, a restaurar o prédio sob orientação do Patrimônio Histórico.

Em 1968, inicia-se a obra de consolidação e conservação-restauração da capela e das paredes de rocha das muralhas, esta foi coordenada por Edgard Jacintho, chefe do Departamento de Conservação e Restauração da DPHAN. Assim, as aberturas em suas paredes foram vedadas e a desocupação de seu interior efetuada. Deste período adiante, tem início o projeto de criação de um museu a ser instalado no monumento.

O acervo institucional do MAI é composto pela Coleção Hildo de Mello Ribeiro, 6 blocos testemunhos do Sambaqui de Camboinhas, uma canoa do século XIX e artefatos arqueológicos encontrados nas redondezas do Museu e para ele encaminhados por pessoas da região ou usuários da praia. A Coleção Hildo constitui o núcleo inicial do acervo institucional, esta coleção formou-se durante as décadas de 60 e 70 através de coleta no sítio arqueológico da Duna Grande realizada pelo arqueólogo-amador Hildo de Mello Ribeiro, também agente federal de fiscalização da pesca e morador de Itaipu.

A Coleção compõe-se de cerca de 980 objetos testemunhos de povos que habitaram a região antes do ano de 1500, dentre os quais: machados de pedra, pontas de ossos, ossada humana, lascas de quartzo, polidores, peças cerâmicas, conchas etc. A Coleção, porém, não é reconhecida como científica devido à forma como foi composta, já que a falta de método impossibilitou sua datação. Entretanto, ainda que suas peças não possuam uma datação acurada, elas não deixam de ser representantes de uma cultura coletora, caçadora e pescadora que um dia habitou a faixa litorânea da Região Oceânica de Niterói, se fazendo, assim, passível de ser exposta e trabalhada com fins didáticos.

Os blocos testemunhos do Sambaqui de Camboinhas pertencentes ao Museu são frutos da Pesquisa de Salvamento em Itaipu, ocorrida em 1979, quando da construção da estrada de Camboinhas e do projeto de urbanização da orla de Itaipu, episódio que viria a deteriorar os sítios arqueológicos da Duna Pequena e do Sambaqui ali localizados. Tendo em vista a preservação deste valioso patrimônio, cuja datação aproxima-se de 7 mil anos aC, uma equipe de pesquisadores, coordenada pela Prof. Dr. Lina Kneip do Museu Nacional, foi enviada ao local com o intuito de reconstituir o quadro arqueológico e ecológico do litoral de Itaipu e estudar a adaptação de culturas caçadoras, pescadoras e coletoras litorâneas e a evolução do meio natural, obtendo como um dos resultados da pesquisa a preservação de blocos testemunhos do Sambaqui.

Além da Coleção Hildo e dos blocos testemunhos, o Museu conta, ainda, com uma Canoa de jequitibá, doada em 1979, pela colônia de pescadores local, cuja construção remonta ao século XIX. Até aquela data, ela fora utilizada como cocho para tingimento das redes de pesca e pertencera a Seu Vavá, um pescador da região. É comum, ainda hoje, a doação de objetos arqueológicos e de pesca encontrados pelas cercanias do Museu por moradores da colônia de pescadores.

. Projeto de criação do Museu

O projeto de criação do Museu, empreendido pelo arquiteto do IPHAN Edgard Jacintho com o apoio de Renato Soeiro, diretor do Instituto à época, foi pensado de forma a dotar o bem tombado, cujas ruínas passavam por processo de consolidação, de uma função didático-científica compromissada com a salvaguarda e a difusão do patrimônio cultural de natureza arqueológica, intensificando o turismo na região e alinhando-se às diretrizes do MEC naquele período.

O Museu deveria, ainda, se estruturar em relação direta e integradora com seu entorno, suas atividades extrapolariam as convencionais exposições intramuros e se estenderiam aos sítios arqueológicos da região, em particular, o Sítio Duna Grande - localizado a poucos metros do antigo recolhimento religioso - cujo tombamento pelo IPHAN encontra-se em processo desde 1986, afora sua já assegurada proteção pela Lei Federal nº3.924/61 que dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-históricos.

No que tange à estreita relação da comunidade local com o bem em si, assim como com o passado histórico da região caberiam ao acervo a ser abarcado pela instituição e às futuras exposições contemplar tal relação, posto que se centrariam, principalmente, nos vestígios arqueológicos de ocupações territoriais anteriores coletados ao longo do litoral do Estado do Rio de Janeiro, compreendendo, no período, a faixa de Niterói a Cabo Frio. Desta forma, se explicitaria e chamaria à atenção a perpetuação e as modificações ocorridas na economia de subsistência dessa população local através da pesca, recuperando no passado pré-histórico origens dessa cultura.

Cabe, ainda, mencionar a elaboração de um anteprojeto por Renato Soeiro de convênio a ser firmado entre o IPHAN e o Departamento de Antropologia da Universidade Federal Fluminense (UFF) para a instalação de um laboratório de antropologia no Museu com o intuito de promover o ensino e a pesquisa de antropologia e arqueologia dentro da instituição.

. Inauguração e atuação

Após sua abertura em 1977, o Museu, que contava com três exposições organizadas por pesquisadores do Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro, vem a ser fechado em 1980 por motivo de obra. Dois anos depois, é novamente aberto com o apoio da Empresa Niteroiense de Turismo (Enitur/Prefeitura Municipal de Niterói), datando desta época a primeira montagem da exposição “Aspectos da pré-história do litoral do Estado do Rio de Janeiro”, cujo acervo exposto pertence em quase toda sua totalidade ao Museu Nacional e ao Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB), sendo esta ainda hoje a principal exposição do MAI.

Nas décadas que se seguem, o Museu passa por novos fechamentos e reaberturas, sofre obras de readequação para a construção de uma nova sede administrativa, além de buscar o empreendimento de um projeto de revitalização da instituição em fins dos anos 90 que não veio a se concretizar em sua plenitude.

Algumas ações visando ao cumprimento da missão institucional do Museu e, conseqüentemente, de expansão de sua divulgação e da atuação do IPHAN foram encampadas através da organização de cursos e palestras destinados à comunidade e a profissionais variados, bem como pelo estabelecimento de parcerias com instituições da área de cultura, a Colônia de Pescadores Z-7, o Conselho Comunitário da Região Oceânica de Niterói, artistas e comerciantes de Niterói que colaboram na realização de eventos e exposições do Museu. Já a parceria com a Faculdade de Educação da UFF rendeu ao Museu um projeto de ação educativa que veio a se tornar a atividade de alcance mais eficaz do Museu junto a seu público mais numeroso do total das visitações; escolas em sua maioria.

O MAI passa, como já foi colocado, ao longo de sua existência por vários momentos em que se manteve fechado ao público por conta de obras, falta de vigilância e pessoal. Por estes mesmos motivos, o Museu é obrigado, até a atualidade, a atravessar períodos de manutenção de suas portas fechadas à visitação.

. Projeto educativo do Museu: Caniço e Samburá

O Projeto “Caniço & Samburá” – que recebeu esse nome em homenagem à Colônia de Pescadores de Itaipu - consiste em um acervo itinerante para empréstimo às escolas do município de Niterói e adjacências e tem como objetivo principal subsidiar os professores através de material didático a ser trabalhado em sala de aula. Este material cumpre a função de uma preparação prévia da visita ao museu e aborda temas como “patrimônio cultural” e “arqueologia” com o intuito de disseminar informações corretas acerca dessas questões.

Esses materiais são entregues à escola 15 dias antes da data previamente agendada para visita ao museu em um cesto artesanal semelhante ao utilizado na atividade pesqueira, onde estão reunidos materiais impressos, de vídeo e fotográfico sobre arqueologia, patrimônio cultural e a história do Museu de Arqueologia de Itaipu de forma a ser trabalhado e recriado pelos professores e alunos com a finalidade de compreender os temas abordados na visita.

Na escola, o professor terá a oportunidade de implementar diversas atividades e estudos com estes materiais, incentivando a curiosidade nos estudantes à ida ao museu a fim de ver de perto o que eles conheceram e estudaram em sala de aula. É interessante ressaltar que cabe ao professor selecionar o que será mais adequado utilizar para a faixa etária de seus alunos, a fim de que as informações sejam assimiladas e conseqüentemente melhor aproveitadas.

Para o Museu e sua equipe de monitores é extremamente gratificante este processo, pois permite adiantar passos na relação com os estudantes uma vez que eles já sabem os assuntos que serão tratados na visita e, muitas vezes, trazem perguntas e dúvidas acerca do que viram e ouviram em sala de aula, facilitando assim o diálogo com os monitores.

. Visitação

O Museu funciona de Terça-feira à Sexta-feira de 12:00 às 17:00. O valor do ingresso é de R$2,00, estando isentos de pagamento crianças menores de 7 anos e idosos(acima de 65 anos). Estudantes pagam meia-entrada.