sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

FELIZ ANO NOVO
17/12/2010 - Pente fino na Região Oceânica - Jornal O FLuminense
Dois suspeitos de assaltos a residências e um acusado de receptação são capturados pela PM
FERNANDA PEREIRA
Policiais prenderam na manhã de ontem, dois suspeitos de assaltos a residências na Região Oceânica de Niterói, e um acusado de receptar os produtos dos roubos. Jeferson da Conceição Zampiroli, de 20 anos, foi pego na Favela da Cicolvia, em Piratininga, após invadir uma residência na Rua Nicanor Nunes, no mesmo bairro e fugir levando um celular e R$ 50 da moradora, uma estudante de 24 anos. Se­gundo a polícia, ele apontou como comparsa Fernando de Araújo Soares, de 25, que tem contra si mandado de prisão por outros crimes. Este foi o sétimo assalto a residência registrado na delegacia desde o início do mês.
O crime aconteceu por volta das 10 horas, quando a vítima ouviu a campainha tocar insistentemente. Enquanto se preparava para atender, ela contou que ouviu barulho dentro da casa.
"Como meu marido tinha saído para trabalhar, fiquei assustada. O assaltante entrou pelo basculante do banheiro e colocou a mão embaixo da blusa, dizendo aue estava armado. Eu não vi a arma, mas fiquei com medo e perguntei o que ele queria. Ele pegou meu notebook, dois celulares e o dinheiro. Perguntei se ele não queria água ou comida e pedi para que não me fizesse mal, porque eu era crente. Então, ele devolveu meu computador, dizendo que não queria mais me assaltar por eu ser cristã e talou que ia explicar a situação ao outro bandido que estava do lado de fora", contou a mulher na delegacia.
Assim que os dois homens deixaram o local, ela ligou para o serviço de emergência da PM, pelo número 190. Policiais do Departa­mento de Policiamento Ostensivo (DPO) de Piratininga e de Camboinhas chegaram rapidamente ao local. Após colherem informações com a vítima, fizeram buscas na região e encontraram os suspeitos na comunidade onde moravam.
Segundo a polícia, ao ser abordado Jeferson teria revelado que participou de outros! assaltos nessa mesma áre e também apontou um do compradores dos produtos de roubos. Na casa do homem em Piratininga, a polícia en controu um notebook. Como suspeito não apresentou nota fiscal, ele acabou detido po receptação, cuja pena varia de um a quatro anos de prisão.
Meta - O caso foi registra­do na 77ª DP (Icaraí), mas a investigação ficará a cargo da delagacia da área, a 81ª DP. De acordo com o delegado titular da distrital, Adilson Palácio, duas quadrilhas estariam promovendo esse tipo de crime na Região Oceânica. Uma atuaria nos loteamentos de Maravista e Fazenda Soter, em Itaipu e a outra, em Piratininga. A polícia já divulgou o retrato falado de alguns integrantes desta última, conforme noticiou O FIUMINENSE no último dia 23.
O setor de investigação acredita ter desbaratado a quadrilha que age em Piratininga e está agora empenhado na identificação do grupo que atua em Itaipu. A meta, segundo o delgado, é zerar o número de assaltos a residências na região ainda em janeiro.

Segundo a polícia, Jefferson (E) foi o primeiro a ser localizado pela polícia. Ele apontou Fernando como comparsa e ainda outro homem como receptador

27/11/2010 - Moradores denunciam migração de traficantes para a Região Oceânica
LILIANDAYSE MARINHO
Impedir que bandidos se fortaleçam e que os chefões do crime consigam se organizar em comunidades da Região Oceânica, já sob influência de facções criminosas, segundo denúncias, foi um dos objetivos da reunião realizada ontem na sede da Associação dos Moradores do Imbuí, em Piratininga. Independente da guerra que o Governo do Estado, com ajuda federal, tem travado nos últimos dias contra o tráfico, a Câmara de Segurança da RO e associações de moradores, estão preocupadas com os crescentes roubos a residência na região.

Moradores também se preocupam com o aumento da incidência de traficantes locais e "estrangeiros" em diversas localidades. Pelas denúncias, em comunidades como Caniçal, Inferninho, Boa Esperança, Barreira e Favela da Ciclovia; as cracolândias (áreas para consumo de crack e outras drogas) já são uma realidade e homens fortemente armados vem tirando o sono e a tranquilidade dos então pacatos locais, levando medo à população.

Na reunião de ontem organizada pela Câmara de Segurança da Região Oceânica, participaram membros do Conselho de Segurança da Niterói, Associações de Moradores, Conselho Comunitário da Região Oceânica, o deputado eleito Felipe Peixoto, o administrador Regional de Piratininga. Fabio Coutinho, e ó Coordenador da 4ª Região Integrada da Secretaria de Segurança Pública do Rio, major Cláudio da Silva Ramos, responsável por Niterói, São Gonçalo, Maricá e Região dos Lagos. 
As estatística do Instituto de Segurança Pública apontam os seguintes números nos meses de junho, julho e agosto para uma redução nos itens acumulados de 2009 a 2010 (de janeiro a agosto) de homicídio doloso (136-115), roubo de veículos (762-530), latrocínio (20-5), roubo a transeunte (2.512-1872). No que se refere a roubo de residência, no entanto, a estatística mostra um pequeno aumento acumulado de 64 para 79.

Segundo o major Cláudio da Silva Ramos, a Secretaria de Segurança Pública está atenta a todos os índices que são apurados pelo Instituto, que ajudam a definir e avaliar a necessidade de aumento de efetivo e implantação de novas cabines da PM, ou mesmo necessidade de instalação de um novo batalhão.
"Pelos estudos topográficos, censo econômico e toda a análise cientifica que temos acesso, estamos chegando à conclusão que em determinados pontos o policiamento móvel, ou a instalação de treillers, pode ser mais eficaz para um resultado melhor em segurança pública", explicou o Major, dizendo não ter tido conhecimento até aquele momento da instalação e aumento de cracolândias na Região e que repassará a informação para a Secretaria de Segurança.

"A polícia trabalha com inteligência. É fundamental que a população colabore com a polícia, e através o Disque Denúncia, com informações de qualidade para o mapeamento e para que estratégias sejam traçadas. Uma coisa podemos gárantir: a sensação de medo que a cidade está tendo não reflete os números e estamos de olho", disse o major.
O Presidente do Conselho de Segurança de Niterói, Tião Cidadão, concorda que houve uma diminuição nos indicativos de alguns itens divulgados pelo Instituto de Segurança Pública,.mas admite que existe o medo do que possa vir a ocorrer na cidade, principalmente diante dos acontecimentos do Rio de Janeiro.

"Nosso medo é que os cri¬minosos consigam se organizar aqui. Apesar de não entrarem nas estatísticas da polícia, nós temos conhecimento através das associações de moradores da migração de bandidos em várias comunidades da cidade. Mesmo que não sejam ainda os chefões, as comunidades conhecem quando chega gente diferente. Nosso medo é eles conseguirem se organizar criminalmente e se fortalecerem a exemplo do que ocorre no Rio", alerta Tião Cidadão.

O major Cláudio Ramos afirma que a migração sazonal de bandidos de uma comunidade para outra sempre existiu e que em função de todos os acontecimentos e instalação das UPPS no Rio, existe uma espécie de sensação de pânico entre;a população da cidade, que não corresponde ao que realmente vem ocorrendo no município.

"Independente do que está acontecendo no Rio em outras regiões como Niterói, estão sendo feitas operações paralelas para evitar a fuga desses bandidos. Eles serão acuados no Alemão para não virem para Niterói. A polícia está atenta e não vai permitir o fortalecimento das facções na cidade", disse o coorde¬nador de Segurança.
SISTEMA de cêmeras em operação
Cabine nem sempre tem policiais

O presidente da Câmara de Segurança da Região Oceânica, Renan Lacerda, também presidente da Associação de Moradores do Imbuí, informou que moradores da região querem e cobram das autoridades mais policiamento, independente dos últimos episódios que envolvem a guerra do tráfico. No sub-bairro Vale do Imbuí, mais conhecido como Tibau, há cinco anos é feito um monitoramento de todas as ruas através de 12 câmeras. Renan Lacerda garante que, desde então, já se reduziu em cerca de 50% as ocorrências policiais no local.

"Isso é mais do que uma prova de que com a vigilância é possível conter a violência e o crescimento da criminalidade na região. Precisamos aumentar o efetivo policial sim. Precisamos que a cabine no Trevo de Piratininga realmente tenha policiais. Está lá construída e nem sempre tem gente pois sabemos que os policiais são deslocados para as UPPs ou para dar segurança a autoridades. Temos que conter essa escalada antes que seja tarde", Renan Lacerda.

O vereador e deputado eleito Felipe Peixoto lembrou que ao longo de 10 anos o efetivo de policiais em Niterói caiu de 1.400 para 700, por conta de transferência de policiais para outras funções, aposentadorias e outros motivos administrativos. "Vamos cobrar do governo essa retomada, mas a população também pode colaborar pedindo e questionando as autoridades para protegermos a cidade. Precisamos cobrar as UPPs para Niterói também", disse Felipe Peixoto.
Fonte: Jornal A Tribuna - Niterói