segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Parque Estadual da Serra da Tiririca - Limites Definitivos Já!
 
  Manifestações Ecológicas vêm chamar a atenção da populução e das autoridades Estaduais e Municipais a respeito de um assunto da suma importância: a demarcação do Parque Estadual da Serra da Tiririca.
 
Atualmente é facilmente encontrado na área de domínio do Parque Estadual da Serra da Tiririca e seu entorno várias atividades que comprometem o meio ambiente, como condomínios, mineradoras abandonadas, invasões de terrasconstruções irregularesdesmatamentosqueimadas e caça de animais silvestres.

A administração do Parque não dispõe de viatura permanente, equipe técnica de apoio e sede própria. Até mesmo o posto de fiscalização avançado que estava sendo construído na trilha de acesso à enseada do Bananal, em Itacoatiara, foi paralisado por falta de pagamento. O IEF não se empenha, sequer, em construir a sede própria do Parque em terreno público localizado no Recanto de Itaipuaçu.

E por não possui limites definitivos, aprovados em lei específica, que determine a identificação fundiária das áreas de domínio público e um Plano de Manejo, agressões ambientais continuarão sendo uma constante na região.

Mesmo sendo em sua maioria matas secundárias, abrigam valioso patrimônio genético, representado por flora e faunas diversificadas, incluindo espécies raras e ameaçadas de extinção. As florestas são indispensáveis para garantir a estabilidade das encostas da Serra da Tiririca, a amenização climática regional e a vazão d'água dos lençóis freáticos dos bairros próximos (Engenho do MatoVárzea das MoçasItaipuItacoatiara,ItaipuaçuItaocaia e Inoã). Apesar da situação alarmante, pode-se encontrar, a partir de poucos estudos realizados, mais de 45 espécies demamíferos, 120 espécies da avifauna, 39 de répteis, 26 de anfíbios e 15 demoluscos.
 Devido a importância da Mata Atlântica, hoje em via de extinção e reconhecida pela UNESCO como parte integrante daReserva da Biosfera, fica evidente a necessidade de intervenção do Governo do Estado em garantir parâmetros mínimos para defesa e manutenção do Parque Estadual da Serra da Tiririca. Desde a sua criação, em 1991, 5 km2 de sua área original já foram descaracterizados por ocupações irregulares. 
 Somente com a aprovação do perímetro definitivo do Parque é que conseguiremos frear a destruição da Mata Atlântica.

Fonte:
Gerhard Sardo
 e APEDEMA Regional Leste

Piratininga (Niterói)


              Piratininga é um dos bairros em que se divide a cidade de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Localiza-se no entorno da lagoa de mesmo nome, entre o Oceano Atlântico, a Serra Grande e o Morro da Viração, limitando-se com Itaípu, Camboinhas, Jacaré, São Francisco, Charitas e Jurujuba.

História

              O bairro, originado em parte da sesmaria doada a Cristóvão Monteiro, tinha na pesca a sua atividade mais marcante, tendo inclusive sediado uma colônia de pescadores na localidade conhecida como Tibau. Com o surgimento das grandes fazendas na Região, como a denominada Piratininga, pertencente a Manuel de Frias e Vasconcelos, a área passa a produzir açúcar, aguardente e café, além de culturas de subsistência. Essa produção seguia, por terra ou mar, até a enseada de Jurujuba.
              Com o passar do tempo o interesse pela área torna-se crescente e, a partir dos anos 60, vários loteamentos irão surgir. Durante o processo de nova configuração espacial do bairro, os posseiros sempre tiveram presença marcante sendo até hoje motivo de impasse, envolvendo as empresas imobiliárias, proprietários e o poder público. A área ao redor da lagoa de Piratininga é a de maior conflito e também a que reúne o maior contingente de população de baixa renda.
Desde a década de 70 o bairro vem sendo ocupado por população de classe média, em virtude da melhoria das vias de acesso e da beleza do lugar: a praia, a lagoa, as ilhas, os costões e vegetação de restinga. Essa rápida ocupação já acabou com o extenso areal, as pitangueiras e os coqueiros que existiam.
              Destaca-se ainda em seus limites a praia de Imbuí e o Forte de Imbuí, cuja entrada principal dá-se através do bairro de Jurujuba e que fazia parte do sistema de defesa da entrada da Baía de Guanabara.
              Há cerca de 40 anos o navio Madalena, luxuoso transatlântico da Mala Real Inglesa, encerrando a sua viagem inaugural, chocou-se com uma das pedras Tijucas, próximas à Baía de Guanabara.            Após o resgate dos passageiros o navio soltou-se devido aos ventos e à maré. Na tentativa de salvá-lo, o navio partiu-se ao meio: uma parte afundou e a outra acabou encalhando nas areias da praia de Imbuí.

[População

              Conforme dados obtidos através do Censo do IBGE/1991, o bairro de Piratininga tem registrado nas últimas décadas uma das maiores taxas médias de crescimento populacional de todo o município. As taxas registradas nos períodos 70/80 e 80/91 foram consideravelmente superiores à média do município para os mesmos períodos. Na década de 70 a taxa média de crescimento de Piratininga esteve por volta de 4,83%, o que representava o 14º maior crescimento entre os bairros de Niterói, enquanto o município em sua totalidade registrava 2,55%. Já no período 80/91 o bairro obteve uma aceleração no crescimento se comparado ao período anterior, marcando a taxa de 11,08% passando a ser o 3º maior crescimento entre os bairros. O crescimento deste período é ainda mais significativo quando comparado à taxa média do município, que foi de 0,85%.
              O Bairro de Piratininga apresenta um total de 9.268 habitantes, o que corresponde a 2,12% do total do município.
              A população é bastante equilibrada no que diz respeito a sua composição por sexo: os homens representam 49,18% da população, enquanto as mulheres representam 50,82%.
              A análise da distribuição populacional por grupos de idade demonstra um elevado número de crianças e jovens (entre 0 e 19 anos), que correspondem a 38,10% do total de habitantes do local. Outra faixa bastante significativa é a que se situa entre 20-44 anos (adultos), que corresponde a 41,08% do total da população.
              A partir da faixa dos 45 anos, nota-se acentuada diminuição do número de habitantes nos grupos que se sucedem, ao ponto da faixa correspondente aos idosos (60 anos em diante) somar apenas 7,77% da população do bairro.
              Piratininga ocupa a 26ª posição no município no que diz respeito a taxa de alfabetização, com 88,93% de seus moradores alfabetizados. As faixas de idade mais jovens são as que apresentam as taxas mais elevadas.
              Na situação de chefe de domicílio, Piratininga apresenta 82,46% de indivíduos do sexo masculino nesta categoria, enquanto 17,54% são do sexo feminino, sendo este o maior percentual de participação feminina na chefia domiciliar em toda a Região Oceânica.
              No que se refere ao rendimento do chefe de domicílio, Piratininga apresenta-se de forma bastante heterogênea, percebida pela distribuição do rendimento médio, de forma mais significativa, nas seguintes classes: 31,98% do total ganham até 2 salários mínimos; 28,73% entre 5 e 15 e 12,33% ganham mais de 20 salários mínimos.

Domicílios

              O Bairro de Piratininga possui 2.433 domicílios particulares permanentes, quase todos em casas isoladas ou de condomínio. Do total de domicílios particulares permanentes do local, 83,31% são próprios e apenas 6,54% são alugados, existindo ainda 10,15% sob outra forma de ocupação, entre os quais 236 são cedidos, provavelmente ocupados por caseiros.
              Os domicílios do bairro de Piratininga apresentam características sanitárias que seguem o padrão predominante na Região Oceânica, ou seja, a ausência de rede geral de água e esgoto.
             Do total de domicílios do bairro, 96,42% obtém sua água através de poços ou nascentes.
             Com relação à instalação sanitária, 73,28% dos domicílios possuem fossa séptica, enquanto 26,72%, que correspondem a 650 domicílios, utilizam outros tipos de esoadouro: 329 domicílios a fossa rudimentar; 160 domicílios a vala; 49 domicílios outras formas não discriminadas ; 100 domicílios não possuem nenhum tipo de instalação e em 12 domicílios o entrevistado não soube informar.
              A coleta de lixo alcança 84,96% dos domicílios. Do total, 10,64% têm como fim a queima no local e 4,40% outras formas de coleta.
[editar]Papel na região

              Piratininga tem assumido, no conjunto da região, um papel de destaque no que se refere principalmente a oferta de comércio e serviços. O bairro possui um número significativo de supermercados, bares, restaurantes, lojas de materiais de construção, lojas de conveniência, agências de automóveis e outros, distribuídos ao longo de suas vias principais, ou ainda, concentrados em centros comerciais. Este fato, aliado à proximidade com as praias oceânicas, têm transformado o bairro num dos principais núcleos de lazer de todo o município. Destaca-se ainda como equipamento de lazer o Iate Clube de Piratininga.
              A localização espacial de Piratininga — "porta de entrada" da Região Oceânica — é um elemento estratégico para o desenvolvimento do local. A antiga estrada Celso Peçanha, atual estrada Francisco da Cruz Nunes, a principal do bairro, é importante via de acesso aos outros bairros da região e às praias.
Quanto aos equipamentos públicos, encontramos no setor de educação a Escola Municipal Francisco Portugal Neves, que atende aos dois segmentos do primeiro grau e a Escola Estadual Almirante Tamandaré, que atende ao primeiro segmento do 1º grau. O setor de saúde conta com duas unidades, sendo uma localizada próxima ao trevo de Piratininga e a outra na localidade do Tibau, e ao seu lado (posto de saúde) localiza-se a Capela de Nossa Senhora da Penha, onde a sua Matriz localiza-se no Bairro do Cafubá – Matriz de São José – hoje com o seu Pároco o Pe. João Luiz Assmpção.


[Ligações Externas

Niterói Turismo - Praias
Categoria: Bairros de Niterói

O Passado "Esquecido" do Brasil

A Arqueologia no Brasil realmente não é muito divulgada, mas nosso território foi palco de importantes descobertas, sendo que possuímos centenas de sítios arqueológicos catalogados (Veja a relação destes sítios acessando o Banco de Dados do IPHAN).

No país são desenvolvidas pesquisas arqueológicas que abrangem os mais diversos períodos históricos, desde as épocas mais primitivas (pré-história) até o século XIX (arqueologia histórica). Faremos aqui o relato destas atividades de resgate do passado, expondo os mais importantes achados da arqueologia brasileira.

O mais antigo crânio de um ser humano pré-histórico já exumado nas Américas foi encontrado nas cavernas da região de Lagoa Santa (Estado de Minas Gerais), ele data de aproximadamente 11.000 anos e pertenceu à uma mulher, batizada como Luzia, uma referência ao mais antigo fóssil de um hominídeo (Lucy, de 2 milhões de anos, descoberto na África). Esta região de Lagoa Santa foi pesquisada no século XIX pelo dinamarquês Peter Lund, pioneiro no estudo da pré-história brasileira. Ainda em Minas Gerais, no Vale do Peruaçu, estão as mais espetaculares obras de arte rupestre do país. Elas se destacam pelo uso de cores variadas e pelos grafismos geométricos. Os arqueólogos afirmam que os jogos de cores e formas são superiores aos encontrados no continente europeu. As pinturas mais antigas têm 11.000 anos e as mais recentes 2.000 anos. Já a Serra da Capivara (Estado do Piauí), abriga um dos sítios arqueológicos mais ricos do mundo. São 25.000 desenhos que, juntamente com utensílios de pedra, ossos e vestígios de fogueiras, provocam uma revisão da história do homem no continente americano. No Rio Grande do Sul diversos grupos indígenas pré-históricos desenvolveram suas culturas, o chamado Povo das Casas Subterrâneas organizou verdadeiras "aldeias formigueiro" compostas por cerca de 30 habitações escavadas na terra, protegendo seus moradores do frio invernal. Também na região amazônica e litorânea houve alojamento de grupos humanos na pré-história, esses casos serão relatados à seguir.

O Povo dos Sambaquis

A ocupação do litoral, desde São Paulo até o Rio da Prata, foi lenta, iniciada talvez há 8.000 anos. É difícil rastrear o movimento destes grupos, por causa dos avanços e recuos do mar ao longo desse período. Os sambaquianos acampavam perto dos mangues e, aos poucos, restos de conchas e moluscos acumulados formavam uma elevação que impedia a passagem do vento e do mau cheiro. Depois de um tempo, erguiam as cabanas sobre os montes consolidados (sambaquis = montes de mariscos). Os vários sepultamentos resgatados permitem definir o tipo físico padrão: homens de 1,61m, robustos, com crânio alto e nariz largo.

Os sambaquianos deixaram uma das mais extraordinárias manifestações culturais da pré-história brasileira: esculturas em pedra chamadas zoolitos (representação de animais) ou antropolitos (seres humanos). Os peritos estimam que a escultura de um peixe na pedra levaria 200 horas, em várias etapas do trabalho, do lascamento até os últimos detalhes. É uma pena que os sambaquis tenham sofrido com décadas de vandalismo. As conchas empilhadas eram  extraídas para virarem cal, estradas rasgaram os antigos assentamentos e, muitas peças manufaturadas pelo povo que ali vivia foram parar em coleções particulares de todo o país. Só em 1961, por lei, os sambaquis foram colocados entre os sítios arqueológicos a serem preservados.

As avançadas culturas da Amazônia

Na Amazônia aconteceu o florescimento de avançadas culturas indígenas, entre elas, destacam-se as da Ilha de Marajó. A cultura Marajoara começou a ser estudada desde o final do século XIX, quando naturalistas e outros viajantes tomaram conhecimento da fantástica cerâmica que era encontrada enterrada em grandes aterros artificiais. Os cientistas estadunidenses Betty Meggers e Clifford Evans foram os primeiros arqueólogos a estudarem aquela cultura. Impressionados com a cerâmica altamente elaborada, concluíram que aquele povo deveria ter migrado dos Andes. Hoje entende-se que a cultura Marajoara originou-se localmente, à partir de um processo de mudança que ocorreu entre as comunidades que já habitavam a ilha há 3.500 anos atrás.

Os marajoaras podiam não construir pirâmides, como os maias do México, mas suas proezas de engenharia iam muito além das ocas indígenas que os portugueses encontraram no litoral. Marajó está salpicada por tesos, aterros enormes (podiam ter até 12 metros de altura e 200 de comprimento, abrigando cerca de 1.000 pessoas) sobre os quais eram erguidas suas aldeias. Sua função primordial era proteger os moradores contra a água, já que a ilha ficava alagada durante metade do ano. Mas com o passar do tempo é provável que os tesos tenham virado símbolos de poder dos caciques. Os marajoaras também desenvolveram ideogramas, que se combinavam e se repetiam. As narrativas gravadas na cerâmica se referem à mitologia marajoara, marcadas por animais como lagarto, escorpião e a jararaca e podem ser estudadas e compreendidas a partir de sua lógica. Isso não significa, porém, que os marajoaras tenham chegado perto da escrita. Nunca saberemos se eles teriam evoluído para ideogramas ou hieróglifos.

Saiba mais sobre a cultura Marajoara acessando o site Marajoara.com.