domingo, 11 de setembro de 2011

Esportes de equilíbrio viram mania na principal praia da Região Oceânica 0

Allan Pinheiro é praticante do slackline. Fotos: Evelen Gouvêa


Seja nas areias, nas encostas ou no mar, em Itacoatiara, a natureza é quem dita o lazer. Modalidades alternativas como o slackline ganham cada vez mais adeptos em Niterói

Itacoatiara é o principal bairro de praticantes de vários esportes alternativos que exigem equilíbrio. Não é à toa. A natureza do bairro dá um “banho” quando o quesito é exuberância e diversidade. Entre esses esportes, alguns necessitam do equilíbrio como alicerce. É o exemplo do slackline, conhecido também como “corda bamba”, o surfe na montanha, o surfe tradicional e ainda a escalada.
O slackline, que significa “linha folgada”, é indicado para todas as idades, desde crianças com cinco anos até idosos. Ele foi criado por escaladores dos Estados Unidos entre o final da década de 1970 e o começo de 1980. Enquanto os esportistas esperavam o clima ideal para escalar e esticavam suas fitas de um ponto a outro, alguns começaram a andar sobre elas exercitando o equilíbrio e a concentração.
Essas fitas de polipropileno, iguais às usadas na escalada e no rapel, têm a espessura entre 2,5 e 5 centímetros, possuem elasticidade e podem ser presas em qualquer extremidade resistente como montanhas, árvores e postes.
O objetivo do praticante é primeiramente buscar o máximo do equilíbrio e concentração para permanecer em cima da fita. Existem várias modalidades de slackline, as mais conhecidas são o trickline, que assume o diferencial de saltos e manobras inusitadas sobre a fita, o longline, que possui a fita maior e a travessia pode variar de 25 a 150 metros.
Há ainda o highline, onde a fita fica deuma ponta a outra em uma altura de 10 a 900 metros, geralmente entre montanhas, e requer controle da adrenalina, ansiedade e medo, e o waterline, que é praticado sobre a água.
“O slackline é uma filosofia de vida. Cada dia de prática e treino faz parte do conhecimento maior do próprio ser. Muito disso equipara-se à yoga e à meditação, no qual o indivíduo procura conhecer seus limites, buscar a evolução e o autoconhecimento e, através disso, encontrar a sensação de plenitude e a importância da vida que é sentida em cada movimento”, diz o vencedor do campeonato de slackline realizado na terceira etapa do Puc Surf 2010, Allan Pinheiros, de 27 anos.
Slackline: esporte que agrega- Para o atleta e professor de Educação Física Daniel Leal, de 32 anos, que pratica e é arbitro do esporte há seis anos, o slackline é socializador e é para todos.
“Tem pessoas que buscaram a vida inteira praticar um esporte, mas não se encaixavam em nenhum deles pelas limitações físicas. Descobriram essa facilidade no slackline e agora têm uma razão maior para viver. Perceberam que a vida é muito mais que só trabalhar para um sistema de ideias ultrapassadas e sim trabalhar para um bem maior. O nosso objetivo é fazer o povo andar na linha por sua própria vontade”, afirma Daniel Olho, como é conhecido.
Reconhecimento mundial
Niterói é a cidade natal de um esporte bem diferente, que hoje é reconhecido mundialmente por esportistas renomados e turistas curiosos. O surfe na montanha, idealizado pelo desportista e recordista Sérgio Coelho, de 54 anos, praticante desde 1972, quando tinha 15 anos. Segundo Sérgio, também conhecido como “Bicho Solto”, para a prática do esporte, que em 2012 completa 40 anos, o alto da montanha é escolhido como a melhor e mais segura pista por onde o praticante vai descer. O esporte radical de resistência é vertical e usa a velocidade na descida, onde o atleta faz manobras, inclusive aéreas, portando roupas leves, um par de tênis e meias, que são itens válidos na pontuação dos vencedores em campeonatos e fundamentos para modalidade e o estilo do competidor.
 “Nas competições, uso as técnicas peculiares para levar assistência aos praticantes nas montanhas. Adoro contemplar as belas imagens da pista entre as orquídeas perfumadas do Morro do Tucum, o ‘Costão’ de Itacoatiara. Sempre que pratico, estou em harmonia com o meio ambiente, contudo, respeito as limitações e a margem de segurança. É importante o uso do tênis com meias porque, se acontecer de chover, a pedra vai ficar escorregadia e o praticante terá que descer de meias”, observa o inventor do surfe na montanha.
Os 40 anos do esporte serão comemorados em 12 de outubro. Em novembro, as festividades serão nos dias 15 e 22, com café da manhã, e às 17 horas acontecerão as premiações. Os eventos serão realizados no quiosque Onda Natural, na Praia de Itacoatiara.
Subindo nas pedras e nas ondas
A escalada é outro esporte que não sai perdendo quando o assunto é emoção, determinação e equilíbrio. Radical como os outros citados na reportagem, este esporte envolve risco de vida, devendo ser praticado sob supervisão de um profissional nos casos dos iniciantes. Ela possui algumas modalidades que variam o modo de se praticar. Existem dois tipos de escalada com algumas ramificações: a tradicional e a esportiva.
Dentro da tradicional existem as feitas em grandes paredes, com corda e uma duração maior. Ainda nessa modalidade existe o big walls, escaladas feitas por cerca de 20 dias sem voltar ao solo.
Na escalada esportiva há basicamente dois tipos: vias esportivas, praticadas em falésias de até 50 metros, com um grau de dificuldade maior que na tradicional, porém com quedas menores, exigindo menos preparo psicológico por parte do escalador. Outra modalidade encontrada na esportiva é o boulder, escaladas realizadas em blocos de pedra com até oito metros, sem utilizar corda, apenas um colchão, chamado de crash pad, desenvolvido para amortecer o impacto com o solo em caso de queda.
O atleta Caio Gomes, de 23 anos, começou a escalar aos seis anos com seu pai e hoje já acumula em seu currículo cerca de 70 competições, sendo que em 60% delas teve a oportunidade de subir ao pódio. Ele acredita que Niterói é um lugar excelente para os escaladores.
“Temos um paraíso chamado Itacoatiara, que abriga todas as modalidades sem longas caminhadas. A Praça Paulo de Tarso Montenegro, conhecida pelos escaladores como “Pracinha de Itacoatiara”, é uma das melhores áreas para a prática de boulder no Brasil, já tendo recebido a visita dos melhores do esporte nacional”, afirma o escalador.
Não poderia faltar em Itacoatiara o surfe. Esse é o esporte mais praticado na praia do bairro e a referência em Niterói é o atleta Bruno Santos, de 28 anos. Do Haiti, onde Bruno está curtindo outras ondas, o free surfer diz que viaja o ano inteiro atrás de ondas perfeitas, mas adora a praia de sua cidade.
“Itacoatiara é a melhor praia para a prática do surfe em Niterói e com certeza uma das mais fortes e potentes do Brasil. Ela tem uma onda curta e rápida, muito boa para os tubos, e muda de acordo com os bancos de areia. Não é muito indicada para iniciantes, mas quem aprende a surfar em Itacoatiara se sente à vontade em qualquer outro lugar. O local é incrível. Com certeza é o lugar onde eu quero morar o resto da vida”, elogia.
Alimentação e exercícios
A doutora em Ciências da Nutrição pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Marlene Merino Alvarez, de 47 anos, explica que para se ter um desempenho ideal no esporte, o atleta deve passar por uma avaliação clínica e nutricional. A preparação física para o esporte inclui um suporte nutricional prévio planejado, de acordo com o gasto metabólico da atividade a ser praticada.
“A alimentação do atleta deve atender as necessidades nutricionais para idade e sexo, além da adição de calorias e proteínas extras de acordo com o gasto específico da atividade. Deve-se priorizar uma refeição balanceada e se preocupar com a hidratação”, define a nutricionista.
Marlene completa dizendo que o gasto de calorias durante a prática do esporte pode ser bem variado e está relacionado diretamente ao preparo físico do atleta, intensidade e duração da atividade.
Para o fisioterapeuta da Pestalozzi, Bruno Ferraz Valle, de 29 anos, todo praticante de esporte deve realizar alongamentos. No caso desses esportes, os alongamentos a serem feitos deverão ser em todo o corpo. Além dos alongamentos, o ideal é fazer um trabalho de fortalecimento muscular para o tronco do corpo, os membros superiores e inferiores, passando pela musculatura abdominal e vertebral.
“O slackline e o surfe trabalham bastante o equilíbrio dos praticantes, além de força, assim como na escalada e o surfe na montanha. Neles o praticante também aumenta a flexibilidade corporal. As quatro modalidades proporcionam uma melhor condição cardiorrespiratória. Todos esses esportes, além do benefício físico, têm o contato com a natureza, o que torna a prática do esporte mais agradável”, diz o fisioterapeuta.
JORNAL   O FLUMINENSE

11 de setembro, uma década depois: registros do maior atentado terrorista 0

O 11 de setembro nas lentes do fotógrafo niteroiense. Foto: Renato Moreth


Imagens do fotógrafo Renato Moreth, que estava na região dos ataques, relembram a data. Três brasileiros estavam entre vítimas. Clique aqui e assista ao vídeo na TV O FLU

* Assista ao vídeo na TV O FLU (www.tvoflu.com.br)
Dez anos após os ataques às Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova Iorque, ainda é viva a lembrança da imagem do que se tornou a maior tragédia dos Estados Unidos. O fatídico 11 de setembro de 2001 vai ficar na memória de todos os que acompanharam e assistiram – quase que simultaneamente, pelos meios de comunicação – ao atentado terrorista que chocou o mundo. O fotógrafo niteroiense Renato Moreth, que presenciou tudo de perto e escapou por pouco, conta que aquela cena o marcou para sempre.
Com 110 andares em cada torre, o WTC era considerado o maior prédio e centro empresarial do mundo. Em poucos minutos, o imenso arranha- céu veio abaixo após a colisão intencional de dois aviões sequestrados por terroristas, matando quase 3 mil pessoas, todos os tripulantes a bordo dos aviões e muitos que trabalhavam nos prédios ou estavam de passagem.
O fotógrafo Renato Moreth estava hospedado na casa de amigos na cidade de Hoboken, que fica do outro lado da ilha de Manhattan e tinha vista de frente para as torres, no dia dos ataques terroristas. Ele relata que ao abrir a janela e ver o que estava acontecendo pensou que se tratasse de um acidente. Seu primeiro impulso foi descer do prédio e ir às margens do rio que separa as cidades para registrar o que estava vendo. 
“Só começamos a acreditar que se tratava de um ataque terrorista quando o segundo avião atingiu a segunda torre. Foi muito chocante. Eu escapei de estar no World Trade Center na hora dos ataques porque me atrasei. Naquele dia, tinha programando de ir às torres. Iria pegar o metrô que liga as duas cidades e passa por dentro Rio Hudson”, explicou o fotógrafo.
Cidade mudou na opinião do fotógrafo
Moreth diz que sempre viaja a Nova Iorque, mas acredita que a cidade mudou após o atentado e nunca mais será a mesma. O fotógrafo fez uma exposição com fotos que mostravam o WTC antes, durante e depois dos ataques.
“Continuo indo com frequência a Nova Iorque, mas acredito que a cidade perdeu a leveza que tinha. Foi um fato muito marcante. Lembrar daquelas pessoas desesperadas é muito triste. Apesar de ter me mantido sereno, aquele atentado mudou o melhor olhar do mundo”, declarou Moreth.
Além dos ataques às torres gêmeas, um terceiro avião caiu contra o Pentágono, nos arredores de Washington. O quarto avião caiu em um campo próximo de Shaksville, na Pensilvânia, depois que alguns passageiros e tripulantes tentaram retomar o controle do voo. Não houve sobreviventes em qualquer um dos voos.
Brasileiros - Dos 2.819 mortos do atentado ao WTC, três eram brasileiros. Um quarto brasileiro, que não entrou na lista de mortos do país divulgada pelo consulado, está desaparecido até hoje.
Guerra ao terror - O mentor do atentado e líder da rede Al Qaeda, Osama Bin Laden, foi morto em maio deste ano, no Paquistão, em uma ação comandada pelo serviço de inteligência norte-americano. As buscas ao terrorista fizeram com que os EUA anunciassem, após os ataques terroristas, a chamada Guerra ao Terror em países como o Afeganistão e o Iraque, que culminou em mais mortes do que as provocadas no próprio 11 de setembro.

O FLUMINENSE

Horto do Fonseca celebra 105 anos de fundação com extensa programação



nico de Niterói passou por reformas e ganhou modernização em algumas de suas estruturas. Foto: Alcyr Ramos

Comemorações no tradicional Jardim Botânico de Niterói acontecem de sexta-feira até domingo no final de semana. Orquidário e o Bromeliário será inaugurado durante festejos

O Jardim Botânico de Niterói, popularmente conhecido como Horto do Fonseca, completa 105 anos de fundação esse mês. Para comemorar a data o Município e o Estado vão promover uma extensa programação de atividades.
De sexta a domingo, haverá exposições de plantas, produtos rurais, apresentações de música ao vivo, teatro, além da inauguração do Orquidário e Bromeliário, que será transformado em atração permanente do local.
De acordo com Leonardo Reis, administrador do Horto, as comemorações de aniversário marcam a nova fase e a revitalização do local. Por quase meio século, não houve nenhum tipo de investimento no Jardim Botânico, até que em 2007, o deputado Jorge Bittar se prontificou a ajudar o espaço.
“Isso aqui estava completamente sem horizonte. Então, o Bittar se comprometeu a fazer uma emenda parlamentar no orçamento para 2008 e, com essa emenda, a gente montou um programa junto com o Ministério do Meio Ambiente. Esse programa se chamou Programa de Modernização, Conservação e Manutenção do Jardim Botânico de Niterói”, comenta Leornardo Reis.
Orquidário e exposição vêm aí
Por meio do programa, foi criado o Orquidário e o Bromeliário, que será inaugurado no sábado, pela manhã. O espaço contará com 500 orquídeas e bromélias, e se tornará uma atração permanente no Horto. “Fizemos uma parceria com o orquidário maricaense, que será responsável pela gestão técnica do Orquidário e Bromeliário, além de oferecer cursos de cultivo, de produção de orquídeas e bromélias.”, explica Reis.
Além da inauguração do novo espaço, o evento também contará com exposições de flores e de produtos rurais, como doces, cachaças e queijo. Todos os produtores são do interior do estado e fazem parte do Programa Florescer e Prosperar, da Secretaria Estadual de Agricultura.
“Nós vamos ter três tendas, cada uma delas de 10x6 metros. Uma delas será só para orquídeas e bromélias, a outra tenda para plantas tropicais, plantas ornamentais e a terceira para produtos rurais. Esses produtores já estiveram aqui antes, vendendo e expondo seus produtos e foi um sucesso, eles acabaram vendendo tudo”, diz o administrador Leonardo Reis.
O Jardim Botânico de Niterói foi criado por decreto do governador Nilo Peçanha, em 1906, com a finalidade de cultivar e distribuir aos lavradores sementes e mudas de frutíferas e plantas medicinais. Com mais de um século de existência, o Horto conta com espécies de plantas e árvores como jatobás, jequitibás, jacarandás e sapucaias e também com espécies raras como o “pau mulato”, só encontrado no Jardim Botânico do Rio de Janeiro e na Amazônia