domingo, 27 de março de 2011

Igreja Medieval 

Poder da Igreja Católica na Idade Média, influência cultural, política, econômica e social, Inquisição
Igreja Medieval

Igreja Católica: o poder na Idade Média

Introdução
No ano de 391, a religião cristã foi transformada em religião oficial do Império Romano. A partir deste momento, a Igreja Católica começou a se organizar e ganhar força no continente europeu. Nem mesmo a invasão dos povos bárbaros (germânicos) no século V atrapalhou o crescimento do catolicismo.
A influência da Igreja 

Durante a Idade Média (século V ao XV) a Igreja Católica conquistou e manteve grande poder. Possuía muitos terrenos (poder econômico), influenciava nas decisões políticas dos reinos (poder político), interferia na elaboração das leis (poder jurídico) e estabelecia padrões de comportamento moral para a sociedade (poder social).

Como religião única e oficial, a Igreja Católica não permitia opiniões e posições contrárias aos seus dogmas (verdades incontestáveis). Aqueles que desrespeitavam ou questionavam as decisões da Igreja eram perseguidos e punidos. Na Idade Média, a Igreja Católica criou o Tribunal do Santo Ofício (Inquisição) no século XIII, para combater os hereges (contrários à religião católica). A Inquisição prendeu, torturou e mandou para a fogueira milhares de pessoas que não seguiam às ordens da Igreja.

Por outro lado, alguns integrantes da Igreja Católica foram extremamente importantes para a preservação da cultura. Os monges copistas dedicaram-se à copiar e guardar os conhecimentos das civilizações antigas, principalmente, dos sábios gregos. Graças aos monges, esta cultura se preservou, sendo retomada na época do Renascimento Cultural.

Enquanto parte do alto clero (bispos, arcebispos e cardeais) preocupava-se com as questões políticas e econômicas, muitos integrantes da Igreja Católica colocavam em prática os fundamentos do cristianismo. Os monges franciscanos, por exemplo, deixaram de lado a vida material para dedicarem-se aos pobres.

A cultura na Idade Média foi muito influenciada pela religião católica. As pinturas, esculturas e livros eram marcados pela temática religiosa. Os vitraisdas igrejas traziam cenas bíblicas, pois era uma forma didática e visual de transmitir o evangelho para uma população quase toda formada por analfabetos. Neste contexto, o papa São Gregório (papa entre os anos de 590 e 604) criou o canto gregoriano. Era uma outra forma de transmitir as informações e conhecimentos religiosos através de um instrumento simples e interessante: a música.

A Igreja Católica Hoje 

Atualmente, a Igreja Católica é muito diferente do que era na Idade Média. Hoje, ela não tem mais todo aquele poder e não pratica atos de violência. Pelo contrário, posiciona-se em favor da paz, liberdade religiosa e do respeito aos direitos dos cidadãos. O papa, autoridade máxima da Igreja, pronuncia-se contra as guerras, terrorismo e atos violentos. Defende também a união das pessoas, principalmente dos países mais ricos, na luta contra a pobreza e a miséria. 
O Iluminismo

História do Iluminismo, o pensamento no Século das Luzes, critica ao absolutismo, pensadores iluministas, Rousseau, Montesquieu, Voltaire, Locke, Diderot e D'Alembert, idéias dos principais filósofos, filosofia e política nos séculos XVII e XVIII.
Rousseau - filósofo iluminista
Jean Jacques Rousseau: um dos principais filósofos do iluminismo.

Introdução

Este movimento surgiu na França do século XVII e defendia o domínio da razão sobre a visão teocêntrica que dominava a Europa desde a Idade Média. Segundo os filósofos iluministas, esta forma de pensamento tinha o propósito de iluminar as trevas em que se encontrava a sociedade.


Os ideais iluministas 

Os pensadores que defendiam estes ideais acreditavam que o pensamento racional deveria ser levado adiante substituindo as crenças religiosas e o misticismo, que, segundo eles, bloqueavam a evolução do homem. O homem deveria ser o centro e passar a buscar respostas para as questões que, até então, eram justificadas somente pela fé. 


Século das Luzes

A apogeu deste movimento foi atingido no século XVIII, e, este, passou a ser conhecido como o Século das Luzes. O Iluminismo foi mais intenso na França, onde influenciou a Revolução Francesa através de seu lema: Liberdade, igualdade e fraternidade. Também teve influência em outros movimentos sociais como na independência das colônias inglesas na América do Norte e na Inconfidência Mineira, ocorrida no Brasil. 
Para os filósofos iluministas, o homem era naturalmente bom, porém, era corrompido pela sociedade com o passar do tempo. Eles acreditavam que se todos fizessem parte de uma sociedade justa, com direitos iguais a todos, a felicidade comum seria alcançada. Por esta razão, eles eram contra as imposições de caráter religioso, contra as práticas mercantilistas, contrários ao absolutismo do rei, além dos privilégios dados a nobreza e ao clero. 
Os burgueses foram os principais interessados nesta filosofia, pois, apesar do dinheiro que possuíam, eles não tinham poder em questões políticas devido a sua forma participação limitada. Naquele período, o Antigo Regime ainda vigorava na França, e, nesta forma de governo, o rei detinha todos os poderes. Uma outra forma de impedimento aos burgueses eram as práticas mercantilistas, onde, o governo interferia ainda nas questões econômicas. 
No Antigo Regime, a sociedade era dividida da seguinte forma: Em primeiro lugar vinha o clero, em segundo a nobreza, em terceiro a burguesia e os trabalhadores da cidade e do campo. Com o fim deste poder, os burgueses tiveram liberdade comercial para ampliar significativamente seus negócios, uma vez que, com o fim do absolutismo, foram tirados não só os privilégios de poucos (clero e nobreza), como também, as práticasmercantilistas que impediam a expansão comercial para a classe burguesa. 


Principais filósofos iluministas 

Os principais filósofos do Iluminismo foram: John Locke (1632-1704), ele acreditava que o homem adquiria conhecimento com o passar do tempo através do empirismoVoltaire (1694-1778), ele defendia a liberdade de pensamento e não poupava crítica a intolerância religiosa; Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), ele defendia a idéia de um estado democrático que garanta igualdade para todos; Montesquieu (1689-1755), ele defendeu a divisão do poder político em Legislativo, Executivo e Judiciário; Denis Diderot (1713-1784) e Jean Le Rond d´Alembert (1717-1783), juntos organizaram uma enciclopédia que reunia conhecimentos e pensamentos filosóficos da época.








quarta-feira, 23 de março de 2011

Decoradora é morta a pedradas na Região Oceânica


Crime ocorreu na estrada Frei Orlando, em Piratininga. Corpo de Amaly Olímpia de Vasconcelos Tauil, de 51 anos, foi encontrado pela filha com sinais de apedrejamento

Uma mulher foi encontrada morta na manhã desta quarta-feira na estrada Frei Orlando, em Piratininga, Região Oceânica de Niterói. De acordo com a polícia, a decoradora de interiores Amaly Olímpia de Vasconcelos Tauil, de 51 anos, foi localizada em cima da cama pela filha da vítima com sinais de apedrejamento. Segundo familiares, ela morava sozinha há mais de um ano e meio.
A filha da vítima chegou à casa, e como ninguém a atendeu o chamado, ela pulou o muro, abriu a porta de vidro do quarto da mãe e encontrou o corpo. Médicos legistas e policiais da 81ª DP (Itaipu) estiveram no local na tarde desta quarta-feira. Os policiais já ouviram alguns familiares.
O crime teria ocorrido às 22h desta terça-feira. O sepultamento acontece nesta quarta no cemitério Parque da Colina, em Niterói.

O FLUMINENSE

LAGOA DE PIRATININGA/ITAIPÚ


Socorro para a Nossa Lagoa!

Venho em nome dos moradores da Av. Francisco Gabriel de S. Lobo, fazer um desabafo e pedir socorro para a nossa Lagoa. Há mais de um ano a Prefeitura descarregou vários caminhões de terra na margem da Lagoa de Piratininga e desde então vem sendo depósito para entulhos, lixo, animais mortos e o mais agravante, é um local de Preservação Ambiental. Fui até a empresa CLIN, recebi a informação de que não poderiam retirar o montante de terra e que o lixo despejado no local é retirado semanalmente, O QUE NÃO OCORRE, pois tenho fotos de lixos colocados há mais de 2 semanas sem ser recolhidos. O responsável pela empresa informou que não tem como fazer a fiscalização, no entanto, nós como moradores, trabalhamos, e não conseguimos fiscalizar o local a todo momento, e quando solicitado placas de sinalização, nos foi informado que não seria necessário, pois o problema continuaria, que é uma obrigação da CLIN, e caso não tenha efetivo, que contrate, pois a mesma é paga para nos prestar este serviço. Foi denunciada esta situação no JORNAL O GLOBO (10/10/2010) e a Prefeitura de Niterói, através da Secretaria de Recursos Hídricos, mais uma vez, transferiu a responsabilidade para o BATALHÃO AMBIENTAL que nunca sequer nenhum morador viu analisar o Local E ATÉ O MOMENTO NADA FOI FEITO! Solicitamos ajuda, pois o IPTU que se cobra no local é bem alto (R$2.000,00) e sequer temos nossos direitos respeitados, sequer recebemos uma resposta referente ao problema. Prefeito e Vereadores, não nos procure somente nas eleições, façam sua parte, pois foram colocados nesta posição para servir os moradores e resolver os problemas da cidade! Vão esperar a Lagoa de Piratininga virar um RIO TIETÊ para que nós cidadãos, arcarmos com a Revitalização!
Maria Aparecida Martins - Piratininga |
Mapeados pontos críticos da Região Oceânica

Na mira de audaciosos criminosos, que agem diariamente na Região Oceânica de Niterói, moradores se vêem impotentes diante da violência crescente. Nas últimas semanas, estamparam as páginas policiais de O FLUMINENSE inúmeros crimes. Muitos deles, inclusive, à luz do dia e em vias bastante movimentadas; em outros, até granadas serviram para amedrontar ainda mais as vítimas. O delegado titular da 81ªDP (Itaipu), Milton Olivier, apesar do pequeno efetivo da distrital, garante que vai reverter a situação.
Ele mapeou toda a Região Oceânica, a fim de identificar os locais com maior incidência de roubos a pedestres e de veículos, além de furto de automóveis. A iniciativa, segundo ele, também serve para ajudar o trabalho da Polícia Militar.
Niterói é a primeira cidade do Estado do Rio de Janeiro e a terceira do País no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O tema qualidade de vida, que tanto atraiu famílias de outros municípios há alguns anos, vem dividindo espaço nas rodas de bate-papo com a violência e o receio de uma simples caminhada até a padaria da esquina.
"A Região Oceânica está abandonada no quesito segurança. Se existisse o título de "Cidade Violenta", Niterói, infelizmente, estaria concorrendo. A Polícia Militar tem efetivo reduzido, assim como a Polícia Civil. O número é insuficiente para atender à demanda da população", atestou Maria Rita da Silva, que é moradora de Itaipu há mais de 14 anos.
Na segunda-feira passada, por exemplo, bandidos invadiram a casa de uma advogada, de 46 anos, em Itaipu. Após amarrar e amordaçar a dona da casa e a filha, de 21, os criminosos saquearam o imóvel, deixando prejuízo estimado em R$ 40 mil. Em tempo: a dupla usou um explosivo para ameaçar as vítimas.
Após o susto, a advogada pediu que os órgãos de Segurança Pública passassem a olhar com mais "carinho e atenção" pela cidade, que, segundo ela, clama por socorro.
"O próximo governo precisará rever e investir na segurança dos moradores. Nós estamos à mercê dos bandidos, e a situação não pode continuar assim. Os órgãos de segurança precisam tomar uma iniciativa", disse ela.
Roubo a pedestres dobra
De acordo com levantamento de O FLUMINENSE na 81ª DP, um dos crimes que apresentaram aumento significativo é o roubo a pedestres. Em setembro, a delegacia registrou crescimento de 110,52%, se comparado com o mesmo mês do ano passado. Foram 19 casos em 2007, contra 40 este ano.
O mês de agosto não foi diferente. Cresceu 122,72% (sendo 22 em 2007, e 49 em
2008). Julho fechou apresentando 120% de aumento. Vinte e duas pessoas foram atacadas, 12 a mais que no mesmo período do ano passado.
Segundo o delegado Milton Olivier, os bandidos que praticam esse tipo de crime atacam, geralmente, em toda a extensão da Avenida Central, mas principalmente no bairro Itaipu, e também na Estrada Francisco da Cruz Nunes, na altura dos bairros de Itaipu e Piratininga.
Inclusive, algo peculiar foi detectado durante o mapeamento. Muitos crimes são praticados nas proximidades do Destacamento de Policiamento Ostensivo (DPO) da PM no Cafubá. Pedestres que caminham pela Rua Ary Gomes da Silva costumam ser atacados.
"Nessas vias há muitos pontos de ônibus, o que faz com que exista um grande número de circulação de pessoas. Os bandidos passam e rendem à luz do dia mesmo, por estarem sempre à espera de uma boa oportunidade", explicou Olivier.
"As mulheres precisam estar atentas a cantadas que ganham nas ruas. Nem sempre elas levantarão o ego. Nos últimos casos analisados, constatamos que os crimes foram anunciados após uma aproximação mais sutil", continuou.
Segundo os últimos dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), em julho, a 81ª DP registrou um aumento de 100% nos casos de assalto a residências. Em 2008, foram contabilizadas 10 vítimas e em 2007, cinco. Em agosto deste ano, a distrital registrou quatro vítimas. Já em setembro, foram apenas duas casas saqueadas.
Avenida Central é uma rota de fuga
Outro tipo de delito que apresentou um aumento significativo foi o de roubo a veículos. Cresceu 200% no mês de julho – seis veículos levados em 2007, e 18 em 2008.
De acordo com investigadores, a Avenida Central também virou cenário para a prática desse tipo de crime.
"A via funciona como rota de fuga dos ladrões, que, na maioria das vezes, seguem no sentido do município de São Gonçalo", contou um agente, acrescentando que os criminosos, geralmente, chegam à região com um carro roubado minutos antes, para fazerem novas vítimas.
"Eles ficam atentos aos motoristas. Na maioria das vezes, atacam os que dirigem com os vidros abertos, pois conseguem ver a reação da vítima e acompanhar a movimentação. É necessário que os moradores fiquem atentos aos sinais de trânsito e aos cruzamentos. As entradas e saídas de veículos nas garagens das residências também têm chamado a atenção dos marginais", alertou um investigador, que também preferiu não se identificar.
Segundo as investigações, os criminosos costumam entrar pela Rodovia Amaral Peixoto e seguir pelo DPO de Várzea das Moças até chegar à Avenida Central, onde atuam. Porém, de acordo com o delegado, a onda de violência que assola a Região Oceânica poderia ser contida caso as três vias de acesso fossem patrulhadas 24 horas por dia.
A primeira delas é a de Várzea das Moças. Para os policiais civis, se fosse dificultada a entrada de criminosos pela Estrada do Engenho do Mato, no bairro de mesmo nome, e pela Avenida Central, os índices diminuiriam. Outros dois locais que também deveriam ter, segundo Olivier, uma viatura da Polícia Militar é a subida para Itaipuaçu (distrito de Maricá) e a Serrinha, em Itaipu.
"Esses são os três locais que deveriam ter militares atuando, para tentar inibir a ação de bandidos e também a entrada e saída da Região Oceânica", disse Olivier.
"As polícias Civil e Militar estão unidas e com um único objetivo: reduzir os índices de criminalidade. Nós estamos juntos nesta luta e trabalhando em ações planejadas, para reprimir principalmente o uso de motocicletas irregulares".
Efetivo reduzido
Os altos índices de violência na Região Oceânica também têm tirado o sono de muitos investigadores da 81ª DP, que precisaram desativar dois setores fundamentais da distrital por falta de efetivo. Não há policiais suficientes para cuidar do Setor de Investigação (SI) e do de Roubos e Furtos, normalmente destinados a equipes de inteligência que trabalham com um único objetivo: chegar à identificação dos autores desses tipos de crimes.
Na delegacia, O FLU teve acesso à escala de plantões dos policiais e pôde ver que a delegacia possui 23 servidores. Porém, dois estão de licença médica. Uma policial está em situação de "readaptação", ou seja, só pode fazer serviços internos ou próximos à própria residência. Um agente está de férias, e outros três têm idades entre 68 e 70 anos e se aposentarão nos próximos dois meses.
Sem contar com os dois delegados da unidade, a distrital tem apenas 14 homens que se dividem em plantões apertados, já que, para a delegacia funcionar, precisa de pelo menos oito policiais trabalhando diariamente. Enquanto isso, o Censo de 2000 informou que residem na Região Oceânica, cuja área é de 49,10 quilômetros quadrados, cerca de 55.681 pessoas.
Milton Olivier não quis comentar sobre o efetivo. O documento que apresenta tais informações é público e estava exposto num quadro da delegacia. Ao ser indagado sobre o baixo efetivo, o chefe da Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (CRPI), delegado Juarez Knauer, disse que já solicitou o remanejamento de investigadores lotados em outras distritais. "Já pedimos que pelo menos quatro policiais sejam remanejados. Entretanto, ainda não há previsão para que a mudança ocorra. A delegacia está com problemas, mas os agentes ainda estão conseguindo
reagir", disse Knauer.
Casos de grande repercussão
No dia 13 de outubro, quatro bandidos, armados com pistolas, fizeram um arrastão na Avenida Central, perto do acesso ao Engenho do Mato. Pelo menos seis pessoas que caminhavam pela via foram atacadas pela quadrilha.
No mesmo dia, a advogada X., de 46 anos, e a filha Y., de 21, tiveram a casa onde moram invadida e saqueada. O imóvel fica na Rua Frei Fabiano, em Itaipu. Os ladrões levaram jóias e eletroeletrônicos, deixando prejuízo estimado em R$ 40 mil.
No dia 9, duas lojas e uma mulher acabaram sendo roubadas na movimentada Avenida Central. Um dia depois, bandidos armados voltaram a agir na via. Três pessoas, sendo um casal, foram atacadas em um intervalo de duas horas.
Em setembro, no dia 26, cinco homens armados assaltaram uma agência do Bradesco, na Rua Almirante Tamandaré, em Piratininga. O grupo roubou R$ 34 mil reais, além de pertences e dinheiro de clientes que estavam na agência no momento do assalto.
No dia 24, um advogado de 39, foi vítima do crime conhecido como "saidinha de banco", em Itaipu. A vítima foi atacada por um homem armado de pistola após sacar R$ 7.250 de uma agência do Banco Itaú na Estrada Francisco da Cruz Nunes.
Em agosto, no dia 25, um policial rodoviário federal foi baleado quando passava pela Rua 79, no Engenho do Mato. O agente, que não teve o nome revelado, desconfiou de três homens em um Gol cinza. Ao abordá-los, houve troca de tiros e o policial foi baleado na perna e no tornozelo esquerdos.
No dia 13, um pedreiro, de 40 teve a casa invadida por cinco bandidos. No imóvel, que fica na Rua 45, no Sítio São Sebastião, em Itaipu, a vítima foi amarrada e amordaçada pelos criminosos, que fugiram logo após saquearem a residência.
No dia 5, a casa de um médico, de 58, na Rua das Colinas, em Itaipu, foi invadida e saqueada por três homens armados. O trio fugiu roubando laptop, celulares e R$ 5 mil em espécie.
No dia 2, um aposentado, de 58, foi vítima de um seqüestro-relâmpago, na Estrada Francisco da Cruz Nunes, em Itaipu. Ele foi libertado em São Gonçalo.
Comandante promete rondas
O comandante do 12º BPM (Niterói), tenente-coronel Ricardo Pacheco, disse que está reforçando o patrulhamento ostensivo na Região Oceânica. Segundo o oficial, será comum a realização de rondas nas principais vias de Itaipu e do Engenho do Mato.
"O objetivo é reprimir a ação desses criminosos. Esse trabalho não tem data nem hora
para terminar", salientou. Pacheco se recusou a comentar as declarações de Milton Olivier sobre os três pontos de entrada e saída da região.
"O patrulhamento já vem sendo feito. Não vou comentar qualquer tipo de comentário".
Camboinhas: tranqüilidade é maior
O presidente da Sociedade Pró-Preservação Urbanística e Ecológica de Camboinhas (Soprecam), Stuessel Amora, informou que está sempre em contato com o DPO que funciona na entrada do bairro.
"A ligação é direta com o DPO, que é a ferramenta mais próxima de segurança que nós temos. Em qualquer sinal de problema, eles são acionados. Atualmente, a situação não está tão crítica aqui no bairro. Existem problemas com moradores fora daqui, mas não há nada que possamos fazer", disse o presidente.
O Fluminense( Larissa Lima e Sérgio Jardim )

terça-feira, 22 de março de 2011


20/03/2011
 - Condomínios de luxo viram esconderijo - Jornal O Glob
Homens foragidos e armados passam noite nas instalações de Itaipu
Isabel de Araujo
Homens armados, outros fugindo de bandidos que os ameaçaram de morte e até perseguição policial foram cenas presenciadas por moradores de condomínios de luxo de Itaipu nos três últimos meses. As instalações foram usadas como esconderijo e rota de fuga, deixando os condóminos aterrorizados. No Ubá Terra Nova, a administração enviou uma circular orientando os moradores a se protegerem. Lá, um homem que se disse da comunidade do Jacaré passou a noite num imóvel em construção. Pela manhã, ele contou ao porteiro que sabia de um plano para matá-lo e só foi embora com escolta policial. No documento do Ubá Terra Nova, está listado ainda um episódio semelhante: a invasão, à noite, do Vale de Itaipu "por três meliantes". O administrador do Ubá Itaipu, vizinho ao Terra Nova, pediu anonimato, mas contou que um homem passou a madrugada em seu condomínio e só saiu de lá às 6h. "Eu vi que ele estava armado". Em todos os casos, o acesso às propriedades foi pulando os muros ou as telas de proteção. Para se precaverem, moradores querem adotar medidas preventivas, como a contratação de mais seguranças, instalação de câmeras e aumento da altura de muros e cercas.
Esconderijos de luxo
Homens em ações suspeitas usam condomínios de Itaipu com refúgio e rota de fuga
Condomínios de luxo de Itaipu estão se armando como podem contra invasões em suas instalações. Nos últimos três meses, três deles serviram de rota de fuga e esconderijo para homens em atitudes suspeitas que aterrorizaram os condôminos e até de atalho para perseguição policial. Na madrugada do último dia 22 de fevereiro, três pessoas invadiram o Vale de Itaipu e o Ubá Itaipu, mas a intenção não era roubar ou furtar as residências. Segundo moradores, o trio fugiu da comunidade do Jacaré com medo de ser morto por traficantes que invadiram a favela. A situação pós a polícia em alerta. 
Dois meses antes, o Ubá Terra Nova, próximo ao Banco Real, virou refúgio de um morador da mesma comunidade. 0 homem, depois de percorrer uma distância de mais de 800 metros, do Jacaré ao condomínio, pulou uma cerca durante a madrugada do dia 25 dezembro e se escondeu numa casa ainda em construção. Por volta das 6h, ele pediu socorro na guarita e saiu escoltado por uma viatura do 12°BPM. Segundo a polícia, embora estivesse protagonizando uma ação duvidosa, ele não tinha antecedentes criminais e foi liberado. 
A ousadia para fugir de cerco policial ou da mira de traficantes rivais não para por aí. O caso mais recente aconteceu na madrugada da última sexta-feira, quando um bando de aproximadamente oito pessoas tornou a pular a cerca do Ubá Terra Nova e transformou as ruas protegidas do condomínio em rota de fuga. A administração informou que naquele dia a PM fez uma incursão na favela do Rato Molhado. As invasões colocaram em xeque a segurança reforçada dos condomínios e exigiram das administrações novas medidas preventivas, como a contratação de mais seguranças, instalação de câmeras e aumento das cercas. Por outro lado, a fuga de moradores da comunidade do Jacaré evidenciou o avanço da favelização na região e trouxe de volta uma situação denunciada há meses pelos moradores da cidade: a migração de bandidos oriundos de favelas do Rio.

O homem chegou machucado na guarita do condomínio. Ele veio por dentro de uma trilha e conseguiu pular a cerca. Ele contou na portaria que ouviu quando um grupo de homens estranhos chegou à comunidade e combinou de matá-lo. Por isso, ele fugiu recorda-se o subsíndico do Ubá Terra Nova, Fernando Andrade. O administrador do Ubá Itaipu, que pediu anonimato, recorda-se do episódio no vizinho Ubá Vale de Itaipu.

- Três homens pularam o muro do Ubá Vale de Itaipu e apenas dois deles se esconderam lá. O terceiro invadiu o meu condomínio e passou na guarita por volta das 6h. Vi que ele estava armado. O sujeito apenas me olhou e perguntou se a rua dava passagem para a estrada principal - conta.

O GLOBO-Niterói procurou a administração do Ubá Vale de Itaipu, que negou a invasão, apesar da confirmação dos outros dois condomínios.

Na semana seguinte à última invasão, a PM passou por dentro do Ubá Terra Nova e prendeu quatro bandidos escondidos numa trilha atrás do condomínio. O flagrante foi registrado na 78º DP (Fonseca). 
- Estamos atentos à movimentação do tráfico, trabalhando em parceria com a PM para efetuar mais prisões - explica o delegado titular da 81º DP, Adilson Palácio. A notícia do aumento da violência em comunidades da Região Oceânica mobilizou a comunidade. O Conselho Comunitário de Segurança da Região Oceânica pretende agilizar a assinatura de um convênio com a Secretaria de Segurança Pública para a instalação de 16 câmeras de monitoramento nos principais acessos aos bairros da região.

- O equipamento será custeado pelos moradores, e a central será monitorada pela PM. Vamos controlar quem entra e sai de todos os bairros da região e também instalar câmeras no Trevo de Piratininga, que é o nosso centro comercial - adianta o presidente da entidade, Renan Lacerda.

Apesar da expectativa do conselho, não há data definida para a assinatura do convênio. O Conselho Comunitário da Região Oceânica (Ccron), por sua vez, bateu na tecla da necessidade de modernização da delegacia de Itaipu e tornou a cobrar um aumento no efetivo do 12°BPM.

- Pelo menos agora a polícia deu uma resposta e prendeu alguém, mas mesmo assim a insegurança na região está longe de acabar. Não existe a menor condição de um policiamento ostensivo funcionar com um número tão reduzido de efetivo na PM - cobra o presidente do Ccron, Guilherme Flach.

Adilson Palácio concorda com a reclamação e também lamenta a demora da Polícia Civil para transformar a unidade de Itaipu em delegacia legal. A assessoria da Polícia Civil informa que a obra, orçada em R$ 1.674.129,49, está sendo analisada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).

- É fundamental uma modernização da delegacia. Ter acesso a um banco de dados digitalizado facilita em muito as investigações - explica Palácio.

Beltrame receberá deputado e vereador

ACIMA, A CERCA por onde um morador invadiu o Ubá Terra Nova. A estrutura foi reforçada e ampliada.
Está marcada para o próximo dia 28, às 1Oh30m, uma audiência com o presidente da Câmara dos Vereadores, Paulo Bagueira (PPS), o deputado federal Chico D'Angelo (PT) e o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, na secretaria, no Rio. O encontro foi motivado pelo discurso feito pelo petista no plenário da Câmara Federal, no dia 3, em que ele cobra mais policiamento para a cidade.

- Vou relatar ao secretário Beltrame a situação de insegurança em Niterói. Pretendo questionar se a violência é fruto da migração de bandidos cariocas ou resultado da redução do contingente policial que atua na cidade. Niterói merece uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) ou um novo batalhão na Região Oceânica - antecipa Chico D'Angelo.

Bagueira, por sua vez, ressalta que a segurança pública é uma das maiores preocupações da população de Niterói:

- Ponho a Câmara à disposição para uma audiência pública com representantes do estado.

A Comissão de Segurança da Câmara pretende ainda começar uma rodada de reuniões com os delegados e o 12º BPM para estruturar melhor o policiamento.
Fonte: Jornal O Globo

sábado, 19 de março de 2011

Obras na Igreja de Nossa Senhora, na Boa Viagem, começam em 30 dias


Iphan já dispõe de R$ 380 mil para os primeiros gastos com a reforma do monumento. Diretor do instituto diz que repercussão na mídia foi fundamental para retomada dos trabalhos

Uma boa notícia para a Boa Viagem. A histórica igreja dedicada à Nossa Senhora, construída em 1650 e tombada em 1938, começa a receber reparos emergenciais em até 30 dias. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) já conta com R$ 380 mil para os serviços de escora e recuperação de telhado. Apesar das obras emergenciais, ainda não há previsão de restauro e reabertura do espaço.
“A repercussão na mídia na última semana foi importante para alertar sobre a seriedade do caso e também do nosso trabalho. Ainda não temos o orçamento deste ano, mas uma rubrica emergencial foi feita especificamente para o trabalho na igreja. As obras devem começar no próximo mês. Estou realmente feliz por conseguir isto e agora é torcer para fechar a licitação rapidamente”, explicou Carlos Fernando Andrade, superintendente do Iphan Rio.
Uma restauração completa da Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem e do restante do conjunto arquitetônico da ilha, no entanto, ainda não é palpável. Dependeria de investimento externo, uma vez que o orçamento anual do instituto, de cerca de R$ 3 milhões, não comportaria a obra. Para o Iphan, a saída seria a União dos Escoteiros do Brasil (UEB), que detém a guarda da ilha, elaborar um projeto e conseguir aprova-lo para a Lei Rouanet, de incentivos fiscais.
A verba que acaba de ser liberada para o orçamento do instituto será empregada na recuperação total dos telhados, escoramentos estruturais, reparos na torre sineira e no reboco e também revisão das instalações elétricas. Estes problemas foram selecionados por oferecerem risco de agravamento no estado do monumento.
O FLUMINENSE

Verão: niteroienses já se despedem da estação mais quente do ano


Com a chegada do outono, no domingo, a previsão é de que as próximas semanas serão chuvosas. Em 2010 e 2011, a temperatura foi mais baixa em relação aos verões anteriores

Os amantes de praia e sol terão que se despedir da estação mais quente do ano, pois o verão está chegando ao fim. A partir deste sábado, ás 20:21 horas, será possível perceber uma queda na temperatura, principal característica do outono.
Segundo Marcelo Pinheiro, meteorologista da Climatempo Consultoria, o verão de 2010 e 2011 apresentou temperatura mais baixa em relação ao verão de 2009 e 2010.
“O Rio de Janeiro apresentou nesse verão temperaturas que até chegaram a 40° em alguns dias, mas nada comparado ao ano anterior. Na primeira quinzena de janeiro percebemos uma grande frente fria no Estado. Na Região Serrana houve um fenômeno chamado zona de convergência do Atlântico Sul, que ficou estacionada no local. Observamos também uma faixa de nuvens posicionadas da Região Sudeste à Região Norte, fazendo com que o verão fosse menos quente”.
O meteorologista completou dizendo que os próximos dias serão chuvosos no Rio de Janeiro, pois o fim de verão e início do outono é uma época marcada por pancadas de chuvas. Mas enquanto a temperatura não diminui, as praias do Município de Niterói continuam cheias.
“Estou aproveitando os últimas dias de sol porque sei que não vai durar muito tempo. Não gosto de frio, nem de chuva, por isso esperarei ansiosa para o próximo verão”, afirmou a auxiliar administrativa Joseane Machado, de 26 anos.
E para os que já estão sentindo saudade do calor, a meteorologia não traz boas notícias. O último final de semana do verão será de sol, mas com aumento de nuvens e pancadas de chuva a qualquer hora. Mas existem aqueles que não estão preocupados com isso, e afirmam que os programas tipicamente tropicais como ir á praia, podem ser feitos mesmo com o clima úmido.
Surf- Amantes do esporte se deliciaram nas ondas da Praia de Icaraí na sexta-feira.


O FLUMINENSE

DENGUE NO RIO DE JANEIRO


Notificações sobre a doença transmitida pelo mosquito aedes aegypti cresceram 767% somente no município fluminense. De janeiro a março deste ano foram registrados 445 casos, contra 58 em 2010

As notificações dos casos suspeitos de dengue aumentaram 767% em Niterói, entre os meses de janeiro e março deste ano em relação ao mesmo período de 2010. Em 2011 foram contabilizados 445 casos e no ano passado foram 58. Os dados são referentes ao último levantamento da Coordenação de Vigilância em Saúde (Covig), realizado este mês. Segundo a Fundação Municipal de Saúde (FMS), a quantidade de notificações não caracteriza epidemia, mas os moradores da cidade devem ficar em alerta e fazer a sua parte para manter a situação sob controle.
O relatório mostrou que o bairro com mais casos registrados é o Fonseca, com 92 notificações. Em segundo vem Itaipu, com 55, seguido de Piratininga, com 36. Outras localidades como Engenho do Mato, Cafubá, Camboinhas, Maravista, Muriqui, Rio do Ouro, Santo Antônio, Serra Grande e Várzea das Moças apresentam casos da doença, um total de 64 casos. Icaraí teve 25; Ingá, 14; Santa Rosa, 13; e Largo da Batalha, 11.
A Zona Norte também contabilizou outros doentes. Ao todo foram 113 casos. Destes, 33 foram na Engenhoca, 12 no Caramujo, sete no Cubango e duas no Viçoso Jardim.
O presidente da FMS, secretário Euclides Bueno Neto, explicou a importância da colaboração dos moradores. “Todos devem estar em alerta e colaborar com as ações municipais de combate ao mosquito Aedes Aegypti. A parceria entre o poder público e a população ainda é a estratégia mais eficaz no controle dos focos do vetor”, explicou.
Para conter o avanço da doença, o Departamento de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses (Devic) está realizando diversas ações, como visitas às residências pelos agentes de saúde, palestras em unidades escolares e empresas e distribuição de panfletos, entre outras.
Brasil - O Ministério da Saúde divulgou, na sexta-feira, a confirmação de 51 mortes em janeiro e fevereiro deste ano em decorrência da dengue. Segundo o balanço oficial, 79 casos foram descartados e 112 ainda estão em investigação.
O estado com mais casos foi o Ceará, com 12 óbitos. seguido pelo Amazonas (10) e Rio de Janeiro (8). No Acre, Pará, Maranhão, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Mato Grosso e  Goiás também houve registros de mortes.

sexta-feira, 18 de março de 2011

CAMPO DE SÃO BENTO - FOTOS





















Apresentação - Almas gêmeas Niterói e Rio de Janeiro

Cidades têm alma? Se têm, seguramente o Rio e Niterói são almas gêmeas.

Niteroienses e cariocas se interligam irmanados em torno da mais linda baía do mundo. Esse paraíso na terra tem seus caprichosos contornos desenhados do lado de cá e do lado de lá do mar: verdes de vegetação – que queremos sempre verdes – debruçados sobre o azul do mar, que às vezes se transfiguram em verdes claros ou escuros, na ondulação que reflete um céu como não há outro no mundo; céu coalhado de estrelas, como se a Via Láctea, com o Cruzeiro do Sul dependurado em seu seio luminoso, não encontrasse espelho melhor para se mirar. E mesmo os paredões de arranha-céus se humanizam – Icaraí de uma lado, Copacabana de outro -, com curvaturas sinuosas ajudando a formar o cartão postal perene e grandioso, que encanta os turistas do mundo todo e do próprio Brasil.Cidades têm alma? Se têm, seguramente o Rio e Niterói são almas gêmeas.
Independentemente de fusões e desfusões, essas almas citadinas sempre foram interligadas, durante séculos, quando o Rio exibia orgulhoso a condição de capital do país e Niterói ostentava, igualmente com orgulho, seu status de capital do Estado do Rio.

Lembremo-nos de que, há muitos séculos, as águas então límpidas da Baía de Guanabara eram singradas pelos barcos velozes de altivos e corajosos guerreiros, como Araribóia, esse filho de Maracajá-Guaçu e cacique da tribo dos Temiminós, que se bateu por toda a terra, sua terra, independente dos lados de cá e de lá.

A ponte somente aproximou fisicamente esses dois lugares, cujas almas de cidade sempre estiveram em simbiose. Ir trabalhar no Rio, para os fluminenses, sempre foi habitual; veranear em Niterói, uma dádiva para os cariocas.

Os corações das duas cidades sempre estiveram ligados por veias e artérias, das quais a ponte é apenas mais uma, talvez a que tenha levado para o outro lado, ainda bem provinciano, a contaminação das mazelas urbanas da cidade maior e cosmopolita, que o Rio sempre foi.
Outras ligações, mais lentas e românticas, são as barcas, hoje também aceleradas com as versões de aerobarcos e catamarãs. Geniais meios de transporte, as barcas sempre foram mirantes móveis e privilegiados. Atravessar a baía, mesmo rumo a um trabalho estafante sempre garantiu aos passageiros o bálsamo de uma viagem tranqüila, que acalma os espíritos mais preocupados, as mentes mais estressadas. Antigamente, meia hora, vinte minutos, hoje em tempo mais reduzido nos barcos mais rápidos – não importa: o remédio benfazejo é o mesmo.


Almas gêmeas de duas cidades muito belas, com tanta afinidade que até as piadas, de parte a parte, mal escondem o carinho trocado entre cariocas e “papa-goiabas”.

Oxalá haja sempre, e cada vez mais, cidades que possam viver assim, como almas gêmeas. Gêmeas porém diferentes, com respeito à riqueza de diversidade.

Longe de serem alienados – ignorando suas mazelas político-sociais, econômicas e a realidade cruel da miséria e da violência – niteroienses e cariocas têm a plena consciência do que são e do que almejam, e também do que desejam para suas maravilhosas cidades.

Niteroienses por nascimento ou, como eu, por adoção voluntária e a cada dia mais gostosamente reafirmada, são apaixonados por sua cidade. E sorriem, maravilhados, ao ver em Niterói tantos cariocas e toda uma brasileirada de outros Estados. Sorriem hospitaleiramente – até porque cada niteroisense é a manifestação viva, real, concreta, incontestável do carinhoso apelido pelo qual nossa cidade é conhecida: Cidade Sorriso.

MERCADO DE PEIXE EM NITEROI

Educar e catequizar. Este era o lema dos jesuítas, essa brava coorte de religiosos fundada por Santo Ignácio de Loyola, ele mesmo um soldado convertido.

Organizadíssimos, os jesuítas impregnaram nossa nacionalidade. Basta lembrar que lhes pode ser tributada grande parte da preservação da unidade nacional, por conta de seu empenho na criação de uma língua geral neste mundaréu tropical a que chegaram as caravelas de Cabral.

Porém, mais decisiva ainda foi sua influência na história da educação brasileira. Durante 210 anos, esses “soldados de Cristo” comandaram a educação no Brasil, até sua expulsão, por ordem do famoso Marquês de Pombal.

Pondo em prática a missão prevista em seu lema, os jesuítas disseminaram pelas terras brasílicas os dois instrumentos de sua ação: igrejas e escolas.

Quando se foram, os padres da Companhia de Jesus deixaram em milhares de outeiros, em pequenos lugarejos por eles mesmo fundados, ou em cidades maiores, igrejas e capelas que fizeram construir. Uma delas ali está, quase debruçada sobre o mar: é a Igreja de São Francisco.

De longe, parece uma igrejinha frágil, de uma fragilidade bela, com seu branco e azul bem integrado à paisagem. Mas de perto, apesar das relativamente pequenas dimensões, mostra uma impressionante solidez, como a testemunhar o empenho e a coragem com que as casas de Deus eram construídas, nessa guerra de colonização em busca da conquista dos corpos e das almas dos gentios.

Até pouco tempo o bairro de São Francisco era denominado “Saco de São Francisco”, nome que o purismo de alguns baniu, mas que continua a ser usado pelos niteroienses zelosos de seu passado e de suas tradições. Esse “saco” seria, quase com certeza, o fundo da Baía de Guanabara. E a história da igreja começa aí, em meados do século XVII, quando foram mensuradas as “terras do saco”, onde havia, além da aldeia indígena de São Lourenço, a fazenda do Capitão Mateus Antunes, mais tarde vendida aos jesuítas.

Entre 1662 e 1696, foi construída a capela, cujo autor provável é o arquiteto jesuíta Lourenço Gonçalves.

Quando os jesuítas foram expulsos, seus bens foram vendidos. A construção só voltaria a ser propriedade da Igreja por ocasião da Proclamação da República.

Vemos que a história concede importância àquela igrejinha. No entanto, sua majestade parece vir mesmo de sua existência, simples e bela, num lugar de onde nossa visão domina a praia, com as águas parecendo formar um imenso e indócil tapete verde, com suas pregas do ir e vir das ondas.

Raros lugares oferecem tanta paz para a contemplação, tanto da paisagem quanto do interior de nós mesmos. É gostoso estar ali; deixar-se ficar, simplesmente, olhando as folhas que caem serenamente de mangueiras centenárias; vendo barquinhos de regatas enfunando suas velas brancas, como a repetir um passado de onde se avistavam garbosas naus; ou simplesmente vendo o sol se pôr sobre a Baía de Guanabara, como não se põe sobre nenhum outro lugar do mundo.

Vez por outra, a igrejinha se engalana. São os niteroienses que resolvem fazer da capela e de sua área externa o lugar sagrado de sua união em casamento. Então, a veneranda igrejinha se adapta aos tempos, e acolhe desde convivas preocupados com a própria elegância e suas convenções à cerimônia sempre tocante da união conjugal.

Santo Ignácio de Loyola e o próprio São Francisco certamente se sentiriam à vontade nesse pequeno grande templo à beira do mar. Como neles, e em suas vidas e obras dedicadas a Deus, há simplicidade, beleza, humildade, fortaleza voltada para o bem, louvor ao espírito, fé…

IGREJA DE SÃO FRANCISCO EM NITEROI

Educar e catequizar. Este era o lema dos jesuítas, essa brava coorte de religiosos fundada por Santo Ignácio de Loyola, ele mesmo um soldado convertido.

Organizadíssimos, os jesuítas impregnaram nossa nacionalidade. Basta lembrar que lhes pode ser tributada grande parte da preservação da unidade nacional, por conta de seu empenho na criação de uma língua geral neste mundaréu tropical a que chegaram as caravelas de Cabral.

Porém, mais decisiva ainda foi sua influência na história da educação brasileira. Durante 210 anos, esses “soldados de Cristo” comandaram a educação no Brasil, até sua expulsão, por ordem do famoso Marquês de Pombal.

Pondo em prática a missão prevista em seu lema, os jesuítas disseminaram pelas terras brasílicas os dois instrumentos de sua ação: igrejas e escolas.

Quando se foram, os padres da Companhia de Jesus deixaram em milhares de outeiros, em pequenos lugarejos por eles mesmo fundados, ou em cidades maiores, igrejas e capelas que fizeram construir. Uma delas ali está, quase debruçada sobre o mar: é a Igreja de São Francisco.

De longe, parece uma igrejinha frágil, de uma fragilidade bela, com seu branco e azul bem integrado à paisagem. Mas de perto, apesar das relativamente pequenas dimensões, mostra uma impressionante solidez, como a testemunhar o empenho e a coragem com que as casas de Deus eram construídas, nessa guerra de colonização em busca da conquista dos corpos e das almas dos gentios.

Até pouco tempo o bairro de São Francisco era denominado “Saco de São Francisco”, nome que o purismo de alguns baniu, mas que continua a ser usado pelos niteroienses zelosos de seu passado e de suas tradições. Esse “saco” seria, quase com certeza, o fundo da Baía de Guanabara. E a história da igreja começa aí, em meados do século XVII, quando foram mensuradas as “terras do saco”, onde havia, além da aldeia indígena de São Lourenço, a fazenda do Capitão Mateus Antunes, mais tarde vendida aos jesuítas.

Entre 1662 e 1696, foi construída a capela, cujo autor provável é o arquiteto jesuíta Lourenço Gonçalves.

Quando os jesuítas foram expulsos, seus bens foram vendidos. A construção só voltaria a ser propriedade da Igreja por ocasião da Proclamação da República.

Vemos que a história concede importância àquela igrejinha. No entanto, sua majestade parece vir mesmo de sua existência, simples e bela, num lugar de onde nossa visão domina a praia, com as águas parecendo formar um imenso e indócil tapete verde, com suas pregas do ir e vir das ondas.

Raros lugares oferecem tanta paz para a contemplação, tanto da paisagem quanto do interior de nós mesmos. É gostoso estar ali; deixar-se ficar, simplesmente, olhando as folhas que caem serenamente de mangueiras centenárias; vendo barquinhos de regatas enfunando suas velas brancas, como a repetir um passado de onde se avistavam garbosas naus; ou simplesmente vendo o sol se pôr sobre a Baía de Guanabara, como não se põe sobre nenhum outro lugar do mundo.

Vez por outra, a igrejinha se engalana. São os niteroienses que resolvem fazer da capela e de sua área externa o lugar sagrado de sua união em casamento. Então, a veneranda igrejinha se adapta aos tempos, e acolhe desde convivas preocupados com a própria elegância e suas convenções à cerimônia sempre tocante da união conjugal.

Santo Ignácio de Loyola e o próprio São Francisco certamente se sentiriam à vontade nesse pequeno grande templo à beira do mar. Como neles, e em suas vidas e obras dedicadas a Deus, há simplicidade, beleza, humildade, fortaleza voltada para o bem, louvor ao espírito, fé…