quarta-feira, 21 de setembro de 2011


Assunção de Maria

Minha mãe Maria morreu porque,
de novo no céu,
dela eu tinha saudades, e ela de mim.
De corpo e alma ela foi para mim:
tinha de ser assim, não é mesmo?
Os dedos, que tinham tocado a carne de Deus,
não podiam ficar imóveis na morte.
Os olhos, que a Deus contemplaram,
não podiam fechados ficar.
Os lábios, de tantos beijos em Deus,
não podiam gelados morrer.
O corpo tão puro, que a Deus dera um corpo,
não podia podre perder-se na terra.
Eu não podia, era impossível,
seria demais para mim.
Ainda que eu seja Deus, sou seu filho,
e tenho nas mãos o poder.
E depois foi ainda, diz o Senhor,
foi pelos homens meus irmãos que o fiz.
Para que tenham no céu sua mãe.
Uma de verdade, igual a eles, de corpo e alma.
A minha.
O melhor de Michel Quoist

QUANDO A VIDA SE FAZ PRECE
MICHEL QUOIST
Editora Santuário.

Nenhum comentário: