Soltos, bombeiros do Rio ganham força para negociar
Quase todo o grupo que havia sido detido na semana passada foi solto nesta manhã. Problemas em documentos enviados pela corregedoria do Corpo de Bombeiros impediram a libertação de 14 homens, que continuavam presos até o fim da manhã. Os militares embarcaram em oito ônibus fretados e seguiram de barca para a capital fluminense, onde farão uma manifestação diante da Assembleia Legislativa.
"Apesar da prisão, agora estamos em uma posição melhor para negociar com o governo, porque temos a certeza de que a população está do nosso lado", disse o capitão Lauro Botto, um dos homens à frente do movimento, que pede a elevação do piso salarial de R$ 950 para R$ 2 mil.
O grupo pretende voltar ao trabalho na segunda-feira, mas alerta que só volta a discutir reajustes depois que todos os militares punidos forem anistiados nas esferas criminal e administrativa. "Nunca estivemos tão próximos do sucesso, mas vamos interromper as manifestações e negociações para lutar pela anistia", afirmou o cabo Benevenuto Dacciolo, que também comanda as manifestações.
Um projeto de lei na Câmara Federal pode garantir anistia criminal aos bombeiros, o que extinguiria processos contra eles na Justiça pela ocupação do quartel central, no dia 3. Na Assembleia Legislativa do Rio, uma Proposta de Emenda Constitucional tenta anistiá-los administrativamente, para evitar que sejam punidos ou expulsos da corporação.
O cabo Alfredo da Silva também não conteve as lágrimas depois de deixar o local em que ficou preso por uma semana. "É uma emoção muito grande estar aqui fora. Nunca podia imaginar que ia ficar preso sem ter feito nada. Agora queremos anistia, porque ninguém aqui fez nada. Mesmo com tudo o que aconteceu, eu amo a minha corporação", declarou.
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