sexta-feira, 19 de novembro de 2010



Praia de Itaipú, s/nº- Itaipú.


Poucos dados se tem sobre o prédio. Sabe-se que, nos idos de 1716, havia apenas uma capela, que teve como primeiro vigário o padre Manuel Francisco da Costa. Mais tarde, com a ajuda do padre Manuel da Rocha, o vigário fundou o Recolhimento de Santa Tereza, só para mulheres. Tal acomodação tinha por objeto acomodar mulheres que procurassem o retiro ou que por alguma circunstância fossem obrigadas a habitá-lo, como castigo de culpas ou ainda como "cinto de castidade" da época colonial, onde os fazendeiros deixavam mulheres e filhas quando fazer longas viagens.

Consta que as primeiras habitantes chegaram em 17 de junho de 1764. Em 1799, havia 13 recolhidas, além 13 mulheres casadas, segundo um relatório de visitadores. Ainda de acordo com visitadores, em 1812 ainda existiam mulheres no estabelecimento, mas, num estado de muita pobreza.

Em maio de 1883, com o prédio já vazio, o vigário João de Moraes e Silva instituiu naquela área um asilo para menores, o qual durou pouco tempo. Abandonado, o local passou a servir de moradia para os pescadores da região, os quais construíram várias pequenas habitações no interior de suas ruínas. A capela do recolhimento chegou as ser, inclusive, utilizada como cadeia.

Hoje, seus remanescentes constituem-se das ruínas do recolhimento, capela e um cômodo. Construído em alvenaria de pedra, com argamassa composta de conchas trituradas, areia e argila, a edificação possui janelas e portas com cercadura de cantaria. No portal simples de entrada pode ser observada uma inscrição quase ilegível, a qual data o prédio em 1785. Por ele se chega a um pátio interno, de onde se avista a pequena capela restaurada.

Quando em 1943, o prédio foi tombado, o corpo principal da construção mantinha-se intacto; no entanto, a argamassa da construção original encontrava-se em processo de deterioração. Sua preservação requereu um custoso processo de restauração, tendo sido a primeira etapa concluída em 1974.

Desde março de 1977, o corpo restaurado passou a brigar o Museu de Arqueologia, devido à sua proximidade com o sítio arqueológico da Duna Grande. O acervo do museu se constitui de matéria de superfície, coletado na Duna Grande e, também, de materiais recolhidos na faixa litorânea de Itaipu e Cabo Frio que mostram aspectos da pré-história do litoral do Rio de Janeiro, além de uma exposição sobre a arqueologia no Brasil.

Tendo em vista o seu inegável valor histórico e arquitetônico, o Instituto de Patrimônio e Histórico e Artístico Nacional - IPHAN- tombou as ruínas, em 8 de janeiro de 1955, através do processo nº365-T, inscrição 425, folha 80, do Livro das Belas Artes.

Retirado do livro "Niterói Patrimônio Cultural", editado pela SMC/Niterói Livros em 2000.

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